Abisolo: expectativa é que vendas de fertilizantes especiais cresçam 32% neste ano

Abisolo: expectativa é que vendas de fertilizantes especiais cresçam 32% neste ano

A Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) estima que as vendas da indústria de fertilizantes especiais cresçam 32% neste ano. O maior incremento deve ser puxado pelo segmento de orgânicos sólidos, que deve avançar 80% em 2023 em relação ao ano passado. As estimativas foram divulgadas pela entidade em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira.

O aumento deve vir de fatores como a expectativa de maior área plantada no País, do maior valor agregado dos produtos, afirmou o vice-presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Gustavo Branco. "Vemos também melhoria na eficiência, taxa de adoção crescente, melhoria da relação de valor de preços para agricultor. Se olharmos a pandemia e os anos anteriores, temos perspectivas muito positivas da continuidade do crescimento de adoção de fertilizantes especiais", disse Branco na coletiva.

Para o segmento de minerais líquidos, a Abisolo projeta um incremento de 23% em vendas neste ano, enquanto minerais sólidos devem crescer 22%. Os adubos especiais orgânicos líquidos tendem a avançar 24%, os organominerais líquidos, 40%, e os organominerais sólidos, 32%. O presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, observou que o segmento reflete também a maior demanda dos produtores por uma agricultura mais sustentável e buscando insumos com ganho de sustentabilidade atendendo às cobranças maiores dos compradores. "O setor de cana, por exemplo, tem crescido bastante em adoção", pontuou.

Nos últimos anos, o crescimento médio anual da indústria de fertilizantes especiais no País é de 23,8%, de acordo com a Abisolo. No ano passado, o setor faturou R$ 22,193 bilhões em vendas, aumento anual de 33,2% ante os R$ 16,661 bilhões reportados em 2021. "Vimos expansão muito consistente nos últimos anos. Os produtores têm cada vez mais aumentado adoção dos produtos pela maior percepção de valor. O aumento da área plantada, o valor agregado dos produtos, o maior investimento em tecnologia pelos agricultores com preços remuneradores das commodities e o repasse de aumento dos custos para os preços das vendas ainda que em patamar abaixo também são fatores que refletiram no mercado", disse o gerente executivo da Abisolo, Alexandre D'Angelo. "Vemos que todas as culturas ainda têm espaço para crescer a adoção", apontou.

No ano passado, o maior valor faturado foi nos fertilizantes especiais de aplicação via folha, de R$ 11,982 bilhões, seguido por R$ 7,82 bilhões via solo, R$ 1,074 bilhão de aplicação via sementes e R$ 1,315 bilhão via fertirrigação e hidroponia. Minas Gerais foi o Estado que liderou a comercialização dos adubos especiais, com 20,22% do total vendido no País. "Temos comportamentos diferentes em Estados diferentes. Neste ano, os Estados do Sul retomaram a área de plantio maior", pontuou D'Angelo.


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