AGCO investe R$ 1 bi para ampliar sua presença no país

AGCO investe R$ 1 bi para ampliar sua presença no país

A AGCO anunciou nesta segunda-feira, na Agrishow, um investimento de quase R$ 1 bilhão no Brasil até 2024. Desse montante, R$ 340 milhões serão destinados às fábricas do grupo, e os demais R$ 660 milhões, para a ampliação da rede de concessionárias da marca Fendt no país.

O anúncio da companhia materializa a tendência de crescimento do mercado de máquinas agrícolas de alta potência - e esse foi um dos temas de discussão no primeiro dia da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina. Mesmo com os juros em patamar elevado e o esgotamento de linhas de financiamento de máquinas do Plano Safra, o segmento cresceu 20,7% no primeiro trimestre no Brasil. No mesmo período, a indústria de máquinas agrícolas cresceu, em média, 2,5%.

O investimento da AGCO nas plantas de Mogi das Cruzes (SP), Ibirubá e Canoas (RS) havia sido planejado para um triênio, mas o grupo decidiu antecipar pela movimentação do mercado, explicou o diretor da Fendt na América do Sul, José Galli.

“O investimento nas plantas se dá porque os alemães querem manter o alto nível no Brasil como na matriz. Sobre as concessionárias, atualmente são 22 e o plano de expansão até o próximo ano é de chegar a 40 lojas”, afirmou.

De acordo como diretor, a distribuição das novas lojas deve se espalhar por todo o país, mas com a maior parte concentrado no Cerrado. “Hoje, nossos equipamentos estão inseridos na linha de tratores com mais de 340 cavalos de potência e colheitadeiras de classe 7, 8 e 9. E, como se pode ver, há uma tendência de que esse mercado crescer mais que o mercado como um todo, desde 2021, ou até antes disso. Em 2023, após o período de queda de preços, queda de commodities, juros ainda em patamares altos, o setor [de máquinas de alta potência] cresceu cerca de 20% se a gente somar a área de tratores e colheitadeiras. Isso mostra que nosso otimismo é real”, explicou ele.

Luis Felli, líder global da Massey Ferguson, disse ontem que a marca planejou expansões, mas que “precisa ir além”. “O mercado está em um nível muito elevado, então precisamos ter mais capacidade”, disse ele durante encontro com a imprensa na feira. “Também estamos exportando mais. Os pulverizadores que fabricamos em Mogi [das Cruzes] estamos enviando para os EUA”.

Segundo o executivo, a unidade da empresa em Mogi das Cruzes deve concentrar a produção de máquinas de alta potência, enquanto a fabricação de equipamentos entre 60 e 145 cavalos deve ficar em Canoas (RS).

No ritmo de expansão do setor no Brasil, José Galli reiterou que, mesmo com o produtor cauteloso, prevê o mercado aquecido este ano. “O mercado ainda vai ser muito positivo, estamos vendo um agricultor mais cauteloso, mas tomando as decisões, só que eles buscam uma melhor cautela no investimento, por isso produtores estão negociando muito mais e vendo qual é o melhor negócio. A gente vê um agricultor que vai investir em tudo que é necessário para ele, nada em excesso”, avaliou. “E para o mercado ao final do ano, temos um aumento de área e essa expansão continua no Brasil, porque o principal ativo do produtor é a terra, então, é mais caro para o agricultor não plantar do que plantar. Além disso, os níveis de produtividade ainda são muito positivos, não tanto em margem como no ano passado, mas com rentabilidade muito boa para o produtor”.

 

Valor Econômico