Aperam BioEnergia cria bio-óleo para indústrias

Aperam BioEnergia cria bio-óleo para indústrias

A Aperam BioEnergia está produzindo um bio-óleo, de origem vegetal e 100% renovável, que poderá ser um substituto sustentável do combustível fóssil na produção industrial. Resultante da condensação de vapores produzidos durante a transformação da madeira das florestas plantadas de eucalipto em carvão vegetal, o bio-óleo é uma alternativa para que as indústrias tornem os processos produtivos mais limpos. O potencial produtivo do bio-óleo pela Aperam chegará a 100 mil toneladas ao ano, no longo prazo.

De acordo com o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, o bio-óleo é uma alternativa interessante na substituição do combustível fóssil é importante para o atual momento de transição energética e de busca de processos produtivos mais limpos.

“Eu acho que a grande importância do bio-óleo é o fato de ser um combustível biogênico, ou seja, todo o carbono gerado em seu processo vem do CO2 retirado do ar pelas florestas plantadas de eucalipto da BioEnergia, no Vale do Jequitinhonha. É um óleo balanço zero de CO2. Quando transformamos resíduos agrícolas em óleo, conseguimos criar um produto de grande valor agregado, um combustível limpo, renovável, que não polui o meio ambiente e substitui um combustível fóssil. E estamos na era da transição energética, o que dá uma dimensão da importância desse projeto”.

De acordo com os dados da Aperam, o bio-óleo começou a ser desenvolvido em 2017 em parceria com a mineradora Nexa e uma equipe de técnicos que compõem a atual startup WXO Engenharia de Processos Customizados. Em 2018, o produto passou a ser testado pela mineradora na planta de Três Marias. Devido aos bons resultados, a Nexa está se preparando para o uso do combustível em escala industrial pensando em uma produção mais verde.

A grande vantagem do bio-óleo é a possibilidade de substituir um combustível de origem fóssil por um outro de baixo carbono. Com uma tendência de mercado promissor, a produção do bio-óleo deve ganhar escala nos próximos anos.

“Pelas nossas projeções, a Aperam BioEnergia deve fechar o ano com uma produção de mil toneladas de bio-óleo, e a tendência é de crescimento. Queremos chegar a 10 mil toneladas ao ano até 2025. Levando-se em conta que a nossa produção de carvão vegetal é de 450 toneladas anuais, com 80 mil hectares de florestas plantadas, o potencial produtivo do bio-óleo chega a 100 mil toneladas ao ano, no longo prazo”, explicou Lima.

Produto competitivo

Em relação à competitividade do bio-óleo frente aos combustíveis fósseis, Lima explica que como o biocombustível é produzido a partir de um processo que já existe – a produção do carvão vegetal -, então, o bio-óleo é mais barato que o diesel e outros combustíveis fósseis. Porém, o poder calorífico, ou seja, poder de queima, é menor, correspondendo a cerca de 50% daquele verificado nos óleos derivados de petróleo.

“Para cada tonelada de óleo de combustível fóssil são necessárias duas toneladas de bio-óleo. Embora o volume de bio-óleo utilizado seja maior, trata-se de uma opção totalmente sustentável que tem uma grande viabilidade econômica”.

O mercado para o bio-óleo, segundo Lima, é promissor e muitas indústrias estão em busca de alternativas para reduzir a emissão de carbono.

“O mercado é muito promissor porque não existe plano B para a humanidade. O mundo corre não só para reduzir como para remover gases de efeito estufa da atmosfera. E as indústrias são parte indispensável desse movimento contra as mudanças climáticas, ao buscarem processos produtivos mais limpos. Na Aperam BioEnergia, nós temos o carvão vegetal como carro-chefe em volume, mas enxergamos muitas possibilidades para o nosso footprint de carbono a partir dos co-produtos da floresta, como o bio-óleo”.

A Aperam BioEnergia mantém cerca de 80 mil hectares de florestas plantadas no Vale do Jequitinhonha, onde está localizada. Por meio delas, a empresa fabrica o carvão vegetal utilizado pela usina siderúrgica da Aperam South America, em Timóteo.

A empresa aboliu o uso do coque e combustível fóssil nos processos produtivos em 2010, adotando carvão vegetal em 100% de sua operação. A medida abriu caminho para uma jornada de sustentabilidade que resultou na produção do Aço Verde Aperam, e, em 2022, a Aperam South America conquistou o balanço carbono neutro.

 

Diário do Comércio