A Atvos, sucroalcooleira da Odebrecht cujo controle passou recentemente ao fundo Lone Star, encerrou 2020 com a marca de 1,8 milhão de créditos de descarbonização vendidos.
Cada crédito — ou CBio — equivale a 1 tonelada de gás carbônico cuja emissão foi evitada pelo uso de biocombustível.
Os créditos fazem parte do RenovaBio, programa federal de incentivo a combustíveis mais sustentáveis dentro do plano de cumprimento do Acordo de Paris. Usinas de biocombustíveis emitem os créditos, que são comprados por distribuidoras de combustíveis fósseis. A comercialização ocorre na B3.
O ano passado foi o primeiro do RenovaBio. A Atvos (que está em recuperação judicial) tem potencial para emitir, ao todo, 2,5 milhões de créditos, estoque que tem relação com sua capacidade de produção de etanol e sua eficiência.
Segundo a empresa, esse total pode representar receita de mais de R$ 100 milhões, já que o valor médio de cada crédito na B3 em dezembro ficou em R$ 43.
A Atvos é uma das maiores emissoras do programa, que tem certificadas 217 unidades produtoras de etanol, 22 de biodiesel e uma de biometano.
Em 2020, as distribuidoras de combustíveis cumpriram quase 98% da meta do Renovabio, que previa a absorção de 14,9 milhões de créditos. As metas de descarbonização não foram cumpridas por 35 de 141 distribuidoras de combustíveis no ano passado, segundo a ANP.
Por Rennan Setti
Fonte: Jornal O Globo