Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE avançaram pelo terceiro dia seguido nesta quarta-feira, apoiados por uma recuperação global nos mercados acionários e à medida que operadores passaram a precificar com base em formações de estoques relacionadas à pandemia de coronavírus.
O contrato maio do açúcar bruto fechou em alta de 0,14 centavo de dólar, ou 1,2%, a 11,41 centavos de dólar por libra-peso, em mais uma sessão positiva, continuando a avançar em relação à mínima de um ano e meio registrada em 19 de março (10,59 centavos).
Os mercados de ações tiveram recuperação em todo o mundo, repercutindo um pacote de estímulo fiscal de 2 trilhões de dólares dos Estados Unidos para lidar com os impactos econômicos do coronavírus. A maior parte dos mercados de commodities também avançou.
Operadores disseram que por enquanto já foi precificado o fator baixista relacionado às quedas nos preços do petróleo, que tendem a fazer com que usinas brasileiras produzam mais açúcar, em detrimento do etanol.
“O fator dominante nas últimas duas semanas foi o colapso nos preços da energia, mas não acho que o açúcar tenha precificado totalmente a formação de estoques. Há uma parte disso precificada, mas acredito que há mais por vir”, disse Carlos Mera, analista do Rabobank.
As usinas de açúcar do centro-sul registraram um rápido início na moagem de cana da nova safra, processando 3 milhões de toneladas na primeira quinzena de março, 88% a mais que em igual período do ano passado, segundo a associação Unica.
O açúcar branco para maio terminou o dia estável, cotado a 338,90 dólares por tonelada.
Fonte: Reuters