Chamou-me a atenção artigo publicado recentemente no IDEA por um grande cientista ligado a EMBRAPA apontando um futuro negro para o setor sucroalcooleiro que não teria mercado, correndo o risco de desaparecer. Contraponho alimentando o debate. Não ocorrera com certeza neste país tropical, maior e melhor produtor do mundo, nem em 30 anos.
Sim, pode até desaparecerem em países como a EUA, Canada, EEC, Australia, África do Sul, Índia e China… , e, até diminuir mesmo no Sul do Brasil incluindo São Paulo, onde já somos a 6° “Nação” mais rica e desenvolvida ( somente comparando com o G7 4 estão acima de nos PIB-PPP que de PIB nominal de USD 1,7 Trilhões no PPP em dólares internacionais temos USD 3,356 Trilhões, encostando na Alemanha)) do planeta, aqui temos áreas agriculturáveis, infraestrutura de 1° mundo bom, temos os mercados consumidores (mais de 65% do PIB nacional ),
Nestes “países” a prioridade Geo. Político-econômica será priorizar outras culturas alimentos, energias limpas, do que usar a pouca terra agriculturável que resta nos ditos países desenvolvidos não plantando beterrabas e ou cana de açúcar, mas alimentos e energias renováveis e commodities, incluindo no nosso caso, cana migrar para os Cerrados (25% do Território Nacional e menos de 10% explorados) aplicando a nossa tecnologia tropical de 2 a 3 safras/ano, onde somos reis e supercompetitivos.
Obviamente números não mentem, vejamos a nossa realidade atual:
Ha safras 2023 recordes no Brasil: 152.000.000 tons de soja, 124.000.000 tons de milho, 600.000.000 tons de cana de açúcar, 63.000.000 sacas de café arábica, safra recorde de algodão de 3.000.000 ton. (mais 12% sobre a safra anterior, de 2.508.000 tons, que era maior do que anterior) e muitas outras, até ficamos com 10.000.000 tons/esta safra autossuficientes em trigo isto é o Brasil Tropical condições naturais únicas, ótimos por natureza, e, mostramos que o nosso produtor é racional, capacitado, atual e inteligente, dos melhores do mundo, buscando o melhor, mais seguro, ao menor custo e menor risco de volátilidade investimento , no que, onde e como produzir mais e melhor com menos, pois historicamente temos 1 ano bom e 4 ruins, condições naturais e realidade verde e preservada do planeta, com muita terra a explorar e expandir sem derrubar uma árvore sequer.
Na realidade, a Física explica (ciência da natureza), ninguém pode concorrer com este país, e, os únicos inimigos que poderemos ter a nos atrapalhar somos nos mesmos. E não esquecendo de mencionar que temos muita água boa e abundante que valera mais do que o petróleo num futuro bem próximo. Vão copiar o Proálcool que criamos em 1975, e, o etanol é nosso, verde e gerador de CBios e usado para toda a frota e o combustível fácil e limpo do futuro. A cidade de São Paulo é hoje em dia a terra das maritacas, onde canta o sabia, e, a nossas onças pardas e pintadas estão no topo da cadeia alimentar, preservadas e adoradas por todos. Viram nosso Pavão selvagem em São Paulo? A CETESB é intolerante há mais de 5 décadas, deu certo!
Visão enviesada aos que alegam não ter acesso a dinheiro de longo prazo e aos mesmos níveis da concorrência estrangeira. Por que não? Está sobrando dinheiro e capital buscando bons investimentos e temos empresários ótimos, sérios (mais de 90%), com ótimos produtos, ótima governança, tradicionais porque não captam estes recursos, se este for o problema. Evidência empírica: Como um Fundo de Pensão ou Soberano pode renumerar seus pensionistas soberanos se o seu caixa rende negativo ou perto de zero, e, o risco de perder grande demais? O futuro do petróleo e fosseis não é promissor, assim precisam investir em rentáveis produtos alimentícios energias, limpas e renováveis, em seus países e no nosso. Vamos criar marca Brasil e passar esta percepção ainda melhor? Já estamos “salvos e felizes”, e o quintal é nosso.
Aqui alguns preferem dar tiros nos pés próprios pés, se iludindo, na terra do Gerson, e, do jeitinho:
Vamos repensar, nem todos terão vontade e ou capacidade, mas a consolidação vira como ocorre no setor sucroalcooleiro, poderá ser liderada por bons locais, há muitos, e, o mesmo deveria ser feito nos demais setores do agronegócio, vamos aumentar nosso poder de barganha, com brasileiros excelentes e que sejam percebidos como excelentes, pois de fato são!
Tomam-se decisões de investimentos sem suficiente planejamento, de viabilidade total baseada em curto prazo, como investir em cogeração dados preços elevados por causa da seca, e, bastou chover caíram pela metade, e, ora estão a 1/3 do que eram dado oferta energias alternativas (eólicas, solares, lixo) a TIR foi para abaixo de 10% e o payback para 15 anos . Modismos e falta de Plano bem estudado?
Analogamente o mesmo ocorreu mundo afora e aqui com a falta de chips. Toyota, Honda, e, Tesla se saíram muito bem! Chineses, e, Americanos e Russos também;
Vamos fazer mais e melhor? Pensar não dói! Copiar e não prestar atenção e olhar bem, doera muito e poderá custar seu empreendimento.
Ademais governos são parte do problema e não da solução, tem outras prioridades e no sistema Robin Wood quem paga a conta é quem trabalha e produz.
*Antonio Iafelice - CEO Consultor | Conselheiro do Conselho Superior do Agronegócio - COSAG/ FIESP | Executivo Sênior Operacional | Expert em Agronegócio