Os preços dos Créditos de Descarbonização (CBios) negociados na B3 voltaram a encostar na faixa dos R$ 100 neste mês, mesmo com o aumento da emissão de papéis, reflexo do início da safra sucroalcooleira no Centro-Sul. Cada CBio equivale a 1 tonelada de carbono de emissão deixa de ser liberada na atmosfera a partir da substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis.
No último dia de negociação com dados disponíveis, 22 de abril, o preço médio ficou em R$ 99,45. Em 14 de abril, o valor médio CBio chegou a R$ 100,19, e desde então vem oscilando na casa dos R$ 99. No acumulado do ano, o preço médio dos CBios negociados até o momento está em R$ 88,21, segundo cálculo do ItaúBBA.
O crescimento da oferta dos CBios não impediu a elevação dos preços. Na primeira quinzena de abril, foram emitidos 1,8 milhão de títulos, quase o mesmo volume de todo o mês de fevereiro (1,97 milhão), de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pelo ItaúBBA.
Neste ano, já foram emitidos 21% dos CBios necessários para as distribuidoras de combustível cumprirem suas metas deste ano.
Em 2022, as distribuidoras têm que aposentar (tirar de circulação) 36 milhões de CBios. Como o mercado já começou com 10 milhões de CBios em mãos, emitidos no ano passado, a necessidade de emissão de novos títulos é de 51% da meta.
Até o fim da primeira quinzena de abril, as distribuidoras já haviam aposentado 2,4 milhões de títulos,e mantinham em mãos, ainda sem aposentar, cerca de 12 milhões de CBios (78% do total disponível). Os demais 21% dos CBios disponíveis, ou pouco mais de 3 milhões, estavam com os emissores.
Valor Econômico