Cenário externo ajuda a adiar novas altas de combustíveis

Cenário externo ajuda a adiar novas altas de combustíveis

Ainda que volátil, o cenário externo tem contribuído para manter os preços dos combustíveis nas refinarias da Petrobras próximos aos praticados pelo mercado internacional. Mesmo com estoques externos baixos, a perspectiva de uma recessão econômica global, aliada ao risco de um eventual novo lockdown na China, tem arrefecido pressões sobre a estatal por novos aumentos dos preços pela estatal.

De acordo com cálculos da consultoria Stone X, os preços do óleo diesel estão praticamente alinhados com os praticados pelo mercado internacional, enquanto os da gasolina poderiam até ser reduzidos pela Petrobras. O reajuste necessário para o óleo diesel ficar totalmente em linha com o mercado externo, conforme a política de Paridade de Preços Internacional (PPI) da Petrobras, seria de apenas 0,2%, ou R$ 0,01 por litro. Já a gasolina poderia ter uma redução de 5,0% nos preços praticados pelas refinarias, ou R$ 0,20 por litro, aponta a StoneX.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que os preços do óleo diesel poderiam ser reduzidos pela Petrobras em 2,0%, em média, ou R$ 0,09/litro, para ficarem em linha com o exterior.

Ao mesmo tempo, os preços da gasolina poderiam aumentar em 3,0% em média (R$ 0,11 por litro), a fim de zerar a defasagem ante o mercado externo, projeta a entidade. Os cálculos sobre a paridade de preços internacionais (PPI) normalmente variam entre as instituições, que adotam parâmetros diferentes entre si.

No fechamento do mercado, na terça-feira, o barril do petróleo Brent encerrou negociações com cotações abaixo dos US$ 100, o que não ocorria desde abril, devido a pressões pelos temores de que a desaceleração econômica e que a realização de novos lockdowns na China prejudiquem a demanda pela commodity. Ontem, o preço do Brent encerrou negociações mantendo-se ainda abaixo da marca dos US$ 100.

Da mesma forma, o dólar encerrou a terça-feira em R$ 5,43, maior nível desde o dia 26 de janeiro, também puxado pelo receio de uma recessão global. Ontem, o câmbio recuou para R$ 5,40. “O mercado internacional de diesel ainda está bastante volátil, acredito que seria necessário esperar uma estabilização para a Petrobras avaliar possíveis reduções”, disse Pedro Shinzato, consultor em gerenciamento de risco da StoneX.

 

Valor Econômico