O fundo de investimento no agronegócio (Fiagro) da gestora FG/A concluiu seu follow-on com uma captação de R$ 240 milhões, preenchendo toda a oferta base mais os 20% do lote adicional ofertados. A liquidação dos valores ocorreu ontem. Com a conclusão da oferta, entraram para o fundo (ticker FGAA11) mais de 4 mil novos cotistas, totalizando agora quase 9 mil.
O alcance da meta de captação indica que o fundo começa a deixar para trás um início claudicante, em janeiro, quando o IPO resultou em uma captação abaixo da meta, de R$ 91 milhões. Era um momento em que o mercado de Fiagros ainda era encarado com incertezas pelos investidores, sobretudo em meio à escalada dos juros no país.
Paulo Fleury, responsável pela gestão do FGAA11, comemora o resultado e credita-o ao desempenho das alocações e rendimentos que o fundo já começou a oferecer em seus primeiros meses. Em cinco meses, o fundo já distribuiu R$ 0,71 em dividendo por cota, negociada atualmente na bolsa por R$ 10,90 – o valor no IPO foi de R$ 10 a cota.
“É uma distribuição bem robusta, em um ano extremamente complicado no lado interno e externo. No interno tem uma eleição polarizada, e no externo um Fed subindo juros, além da guerra na Ucrânia”, observou. Para ele, os investidores ainda estão com “um pouco de medo” de entrar no mercado de fundos. “Mas se você entrega resultado, ele entende que a volatilidade faz parte”, avalia.
O fundo já realizou praticamente uma alocação por mês, apostando em certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) da Alcoeste, da Usina Batatais e da Usina Lins. A estratégia do FGAA11é marcada por alocações em papéis de risco corporativo, em empresas com faturamento acima de R$ 600 milhões anuais e balanço auditado. O resultado até agora é um rendimento anual equivalente a 17,3% ao ano.
Segundo Fleury, além de fruto da estratégia de investimento, o resultado também reflete um perfil de alocações ainda desconhecido dos grandes gestores da Faria Lima. “Nós trazemos operações que são novas para os investidores e que o resto do mercado não tem”, diz.
Com a nova rodada de captação, a FG/A, de Ribeirão Preto, pretende manter a estratégia para garantir rendimento acima do CDI. Apesar da concentração das alocações no setor sucroenergético até o momento – que espelha inclusive a experiência do grupo FG/A em assessorias no setor – a gestora não descarta avaliar alocações em outros segmentos, como pecuária e laticínios, desde que se mantenha o perfil de risco corporativo, segundo Fleury.
Valor Econômico