Nanotecnologia reduz em 80 vezes quantidade de herbicida necessária para combater ervas daninhas

Nanotecnologia reduz em 80 vezes quantidade de herbicida necessária para combater ervas daninhas

Pesquisa foi liderada por grupo do Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, da Unesp

O Grupo de Nanotecnologia Ambiental do Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), liderado pelo químico Leonardo Fernandes Fraceto, desenvolveu, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina, uma nova tecnologia que reduziu em 80 vezes a quantidade do herbicida atrazina necessária para combater ervas daninhas nas lavouras.

Banido há anos na União Europeia, o defensivo ainda é um dos mais utilizados pelos agricultores brasileiros, sobretudo em plantações de soja, o carro-chefe do setor no país. A pesquisa liderada pelo grupo da Unesp contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e a nova tecnologia foi patenteada em 2021.

“O uso recomendado pelos fabricantes da atrazina é de 2 quilos por hectare de área cultivada, em média. Em 2019, já havíamos conseguido reduzir o uso da atrazina em dez vezes, para 200 gramas por hectare, graças ao desenvolvimento de nanopartículas que encapsulam herbicida e tornam seu emprego mais eficiente. Agora fomos além e desenvolvemos uma nova tecnologia que reduziu o uso em 80 vezes em relação aos 2 quilos recomendados”, informou o grupo.

“É preciso diluir 25 gramas do herbicida encapsulado na molécula desta nova tecnologia para se obter os mesmos resultados da formulação original”, explica Fraceto, em nota.


Valor Econômico