Produtores de biocombustível pedem políticas para transição energética na América Latina

Produtores de biocombustível pedem políticas para transição energética na América Latina

Produtores de biocombustíveis de vários países da América Latina se uniram nesta quinta-feira para pedir aos governos de seus países um plano regional de transição energética que impulsione o uso de biocombustíveis nos transportes sobre rodas, aéreo, fluvial e marítimo.

Treze organizações representantes de produtores assinaram um manifesto reivindicando aos governos regionais ações mais contundentes para promover os biocombustíveis como estratégia de descarbonização dos transportes.

Dentre os signatários, há quatro organizações brasileiras: a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), a União Nacional do Etanol de Milho (Unem) e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). O documento também é assinado pela Associação Internacional de Transporte Aéreos (Iata).

Potencial de recursos
Para os produtores latinos, os países da região estão ficando para trás no processo de transição energética, apesar do potencial de recursos do campo para a produção de combustíveis renováveis.

Outras regiões no mundo já vêm aprovando políticas amplas de transição energética, como na Europa, com o Green Deal europeu, e nos Estados Unidos, com a recente aprovação do Build Back Better.

Os produtores latinos querem que a América Latina se torne uma região com a matriz de combustíveis plenamente limpa, renovável e sustentável até 2050.

Financiamento e alinhamento
Para isso, eles defendem que os governos da região elaborem “um plano regional de transição energética em termos de financiamento e alinhamento político” para mobilizar os recursos de enfrentamento à emergência climática, segundo o manifesto divulgado hoje.

As organizações representantes dos produtores também querem que os governos definam marcos regulatórios “estáveis” e regras “claras” que deem segurança jurídica para incentivar os investimentos em aumento da capacidade produtiva e na industrialização de áreas rurais do continente. E pedem “roteiros claros e planejamentos energéticos de longo prazo”.

Segundo os signatários, “o custo da inação será muito maior do que a agenda de sustentabilidade mais ambiciosa que podemos imaginar”. “A biodiversidade da região é um motor de crescimento, e as mudanças decorrentes do aquecimento global e da frequência de eventos climáticos extremos ameaçam esse patrimônio, assim como o bem-estar social e econômico de milhões de pessoas na região”, alertam.

 

Valor Econômico