Raízen busca ter mais de 90% da comercialização de açúcar diretamente ao destino final

Raízen busca ter mais de 90% da comercialização de açúcar diretamente ao destino final

Segundo Neves, a demanda de açúcar seguirá crescendo ao redor de 1% ao ano, o que em uma década representará um adicional de 20 milhões de toneladas

A Raízen, empresa integrada de energia constituída como joint venture entre Cosan e Shell, quer seguir expandindo sua atuação na cadeia do açúcar, chegando cada vez mais aos clientes finais, disse o vice-presidente de trading da companhia, Paulo Neves.

“Queremos ter mais de 90% da comercialização de açúcar no destino final”, afirmou o executivo, durante o Raízen Day. Hoje, esse índice já chega a 50% da movimentação da commodity, acrescentou.

Segundo Neves, a demanda de açúcar seguirá crescendo ao redor de 1% ao ano, o que em uma década representará um adicional de 20 milhões de toneladas. Há necessidade de mais investimentos para suprir a nova demanda e esse cenário deve levar a um novo equilíbrio de preços no mercado de açúcar.

“Isso já está acontecendo e todo produtor se beneficia desse novo cenário”, afirmou.

De acordo com o vice-presidente de açúcar e renováveis da Raízen, Francis Queen, a companhia mapeou oportunidades de redução de custos de R$ 1 bilhão nas operações agrícolas, a partir de uma série de iniciativas que possibilitarão alcançar a produtividade esperada.

“Ao comparar a produtividade do primeiro corte [de cana] com outros fornecedores, vimos que, a partir de 2019, a gente descolou dos parceiros. Com esse diagnóstico em mãos colocamos o foco em resolver esse problema”, afirmou o executivo, durante o primeiro “Raízen Day”.

Segundo Queen, essa diferença em relação aos fornecedores começou a ser reduzida na safra 20/21 e a companhia voltará a ter performance em linha na safra 21/22.

Revisão completa do processo de plantio e trato, aprimoramento da tecnologia e foco na qualidade das operações no campo possibilitaram a recuperação da produtividade agrícola, acrescentou.

Em relação aos planos da Raízen para o etanol de segunda geração (E2G), o vice-presidente da Raízen confirmou que as três plantas em construção, com investimentos de R$ 1 bilhão cada, entrarão em operação entre 2023 e 2024 — a companhia opera hoje a única usina de E2G em escala industrial do mundo. Até 2030 ou 2031, a companhia espera ter 20 usinas em operação.

“Hoje, os preços do E2G mais que compensam a inflação”, observou o executivo, acrescentando que a companhia já tem, junto aos fornecedores, capacidade nominal para construir até sete novas plantas por ano.

 


Valor econômico (25/05)