Aumento de preços de defensivos e fertilizantes químicos tem ampliado a demanda pelos produtos de base biológica, avalia a empresa
O grupo Vittia, de insumos biológicos, espera crescimento de 50% a 70% de sua linha de produtos biológicos em 2022, disse hoje (12/5) Wilson Romanini, CEO da companhia, em videoconferência sobre os resultados do primeiro trimestre.
“É bom dizer que o mercado agro tem uma dinâmica desafiadora e não temos algo tão claro. Mas eu espero até mais do que isso [em crescimento da linha de biológicos] porque costumo ser otimista”, afirmou, ao responder à pergunta de um analista.
A receita líquida da empresa alcançou R$ 156 milhões, com alta de 31% sobre o mesmo período de 2021, ultrapassando a marca histórica para o trimestre. O lucro líquido cresceu 23%, para R$ 15,6 milhões entre janeiro e março.
Os produtos biológicos vêm atraindo a atenção dos agricultores como alternativa para os químicos – seja defensivos agrícolas ou fertilizantes minerais — em safras recentes. De olho no potencial do segmento, que cresceu em momento de escassez de alguns nutrientes (caso principalmente do potássio) devido ao contexto geopolítico global, a companhia mantém os planos para ampliar as atividades.
Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para a linha de adubos foram de R$ 1,4 milhão no primeiro trimestre, o que representou valor 59,8% maior do que há um ano. Ao todo, os aportes em P&D que somam outras linhas de produtos somaram R$ 4,5 milhões no trimestre, leve queda de 4% na comparação ano a ano.
As obras de um novo centro de distribuição e da segunda fase de unidade fabril continuam em São Joaquim da Barra (SP), onde também fica a sede da companhia, disse Alexandre Del Nero Frizzo, diretor financeiro e de relações com investidores.
NPK
Em adubos, a exposição da companhia às oscilações de preços de nitrogenados, fosfatados e potássicos (NPK) ocorre apenas na linha de organominerais, que não é o carro-chefe dos negócios.
Devido à alta desses nutrientes desde o ano passado, a margem bruta da linha caiu 17 pontos percentuais na comparação entre trimestres, para 2,3% no primeiro trimestre de 2022.
A recuperação de margem dos organominerais deve ocorrer ao longo do ano, disse Romanini, e será observada no terceiro e quarto trimestres, quando os balanços refletem o desempenho de vendas da safra.
Os condicionadores de solo e organominerais responderam por R$ 25,4 milhões do total da receita líquida de R$ 156 milhões obtida entre janeiro e março. Os fertilizantes foliares, produtos biológicos e micros de solo renderam o restante.
VALOR ECONÔMICO