A Acelen, do Mubadala Capital, estuda aumentar entre 15% e 20% a capacidade máxima de produção de diesel S-10 da refinaria de Mataripe, na Bahia, disse Celso Ferreira, VP de Operações da empresa, disse à Reuters.
Hoje, a refinaria pode produzir de 250 mil a 320 mil metros cúbicos de diesel S-10 por mês. Se considerado o diesel S500, com mais enxofre, a produção total do combustível pode ser de até 450 mil metros cúbicos/mês (ou 450 milhões de litros).
"Os estudos estão começando agora. Entre setembro e outubro deste ano, seremos capazes de submeter os investimentos à aprovação do Conselho da Acelen", disse Ferreira, nesta quarta-feira.
O investimento, acrescentou ele, poderia reduzir a necessidade de importação de diesel pelo Brasil, especialmente na região Nordeste, com forte atuação da Acelen.
Segundo a Acelen, a refinaria também aumentou a produção de outros produtos, como gasolina, querosene de aviação, óleo lubrificante e parafina.
Ferreira atribui esse desempenho a um conjunto de fatores, entre eles um programa de paradas para a unidade, em que são sanados problemas técnicos que possam prejudicar a produção.
Em abril, a empresa anunciou um investimento de 500 milhões de reais no ciclo de paradas programadas de manutenção na refinaria, ao longo dos próximos 12 meses, buscando realizar as melhorias necessárias para otimizar a capacidade operacional.
"A gente já executou três das 11 paradas que a gente tem para este ano. Com isso, os ativos voltam em condições melhores de produção. Além disso, implantamos novas rotinas operacionais, acompanhamento e monitoramento de performance", disse Ferreira.
Sob gestão da Acelen desde dezembro, a refinaria de Mataripe, na Bahia, produziu 1,02 bilhão de litros de diesel S-10 entre janeiro e maio, atrás apenas das refinarias de Paulínia, a maior do país, e Presidente Bernardes, ambas da Petrobras.
A produção representa um crescimento de 202,7% em relação aos 337 milhões de litros produzidos no ano passado, quando ainda era Refinaria Landulpho Alves (Rlam), da Petrobras. Na comparação com 2019, antes da pandemia, o aumento foi de 54,7%, segundo dados da reguladora ANP.
A Rlam foi a primeira refinaria privatizada pela Petrobras. Fez parte de um total de oito refinarias que a petroleira se comprometeu a vender a partir de um acordo firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2019.
REUTERS