Açúcar nas alturas? O que levou à pressão nos preços

Açúcar nas alturas? O que levou à pressão nos preços

Um prêmio de risco que reflete a crescente vulnerabilidade do mercado de açúcar. É assim que o Rabobank explica os preços nas alturas da commodity pois, apesar do avanço da safra no centro-sul, a tendência é de um aperto maior na oferta para exportação no primeiro semestre do ano que vem.

“Com o açúcar nas alturas e com os custos fixos do setor diluídos pela grande produção, a perspectiva para o resultado da safra 2023/24 continua muito positiva”.

Os dados fazem parte do AgroInfo Q3, relatório trimestral do banco que traz as principais análises sobre commodities e perspectivas futuras relacionadas ao café, proteína animal, fertilizantes, cana, açúcar e etanol, soja, milho, algodão, suco de laranja, leite e celulose.

De acordo com o documento, a Ásia estaria “sob a sombra de El Niño”, com sinais, no terceiro trimestre deste ano, de que o clima deve afetar os canaviais de diversos países, principalmente a Índia, com diminuição na chuva de monção acumulada e projeções de queda na safra. Ainda, segue a cautela sobre eventual impacto do El Niño nas safras da Tailândia, China e Vietnã.

Por outro lado, enquanto o açúcar registra alta nas cotações, o etanol vem perdendo espaço para a gasolina no mercado de combustíveis, o que pode ser explicado pela relação dos preços na bomba. “A leve recuperação do preço ESALQ de hidratado para R$ 2,20/litro (sem impostos) desde meados de agosto talvez sinalize que o pior já passou e que finalmente o etanol voltou a ter competitividade, embora com margem extremamente apertada”, completa o Rabobank.

O Rabobank alerta, no entanto, que é necessário acompanhar o clima nos próximos meses, tanto no Brasil quanto na Ásia, com início das safras nos últimos três meses do ano. Além disso, a demanda chinesa deve ser avaliada de perto, o após recente aumento das cotações no mercado global.


Investing.com