No Estado de São Paulo, celebramos a data com orgulho porque temos certeza de que caminhamos na direção correta para unir conservação da natureza com aumento de produtividade e geração de renda. Iniciativas como o Boletim Técnico "Recomendações Gerais para Conservação do Solo e Água na Cultura de Cana-de-açúcar", com atualizações na legislação, nos conceitos de classificação varietal e nas práticas do segmento da cana elaborada por um grupo técnico da Pasta.
Nossa preocupação com os recursos hídricos inclui também financiamentos que proporcionam a troca de equipamentos de irrigação. O produtor que quer modernizar sua maneira de irrigar, tornando-a mais eficiente e ambientalmente correta, conta com linha de financiamento do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) - com até R$ 200 mil para a construção isolada de poços artesianos ou semi-artesianos e até R$ 500 mil para a aquisição e/ou modernização de equipamentos de irrigação. O prazo de pagamento é de até 8 anos, inclusa a carência de até 3 anos.
O produtor pode também contar com as tecnologias de controle biológico como os ácaros-predadores do Instituto Biológico, que combatem o ácaro-rajado - um dos principais problemas na cultura de flores ornamentais. Estudos que resultam ainda em carrapaticidas à base de alecrim, como desenvolvido pela nossa Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). É uma alternativa sustentável ao uso de produtos químicos, que deixam resíduos no leite e na carne a serem consumidos pela população.
Desenvolvemos também um sistema que garante sanidade ao solo dispensando o uso de agentes químicos ao utilizar a solarização. A própria luz do sol garante a sanidade ao solo, que produz mais por ser saudável e não colide com a conservação ambiental isto é um dos métodos que integra o nosso PROSAF - Programa de Sanidade para Agricultura Familiar.
Para o uso adequado de agroquímicos, desenvolvemos o Programa Aplique Bem, do Instituto Agronômico (IAC), que em uma década treinou 55 mil trabalhadores rurais, gratuitamente, para a realização de aplicação de agroquímicos de acordo com as normas de segurança. Foram 858 municípios, em 22 Estados e no Distrito Federal. Também em sete países: Burkina Faso, Costa do Marfim, Colômbia, Gana, Mali, México e Vietnã.
Ainda preocupados com o uso de agroquímicos, apoiamos o Projeto Campo Limpo, realizado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV), que é o órgão responsável pelo sistema de recolhimento das embalagens destes produtos no País. Promovemos a conscientização da população nas escolas e no campo sobre a adequada gestão de resíduos na zona rural. Atualmente, 113 centrais no Brasil todo realizam a coleta e o encaminhamento dos resíduos.
Com o Programa Nascentes de Holambra e Nascentes de Botucatu/Pardinho estamos recuperando as águas paulistas. Em Holambra, a meta inicial é recuperar 4.464 hectares de matas ciliares, uma área equivalente a 5.400 campos de futebol, utilizando 6,3 milhões de mudas de espécies nativas. O programa está sendo desenvolvido nas bacias hidrográficas do Alto Tietê, Paraíba do Sul e Piracicaba-Capivari-Jundiaí, regiões que concentram mais de 30 milhões de habitantes.
Em Botucatu, o projeto recuperará, até o fim de 2017, uma área equivalente a quase 86 estádios do Maracanã, onde haverá cercamento e manutenção para consolidação da vegetação, com o objetivo de preservar as áreas de contribuição dos mananciais de água no município, recuperação de estradas rurais, terraceamento agrícola e instalação de fossas biodigestoras.
São os cuidados que levaram nosso Estado a ser recordista no preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que chegou a quase 100% do território paulista. Já estamos também preparados para fazer o Programa de Regularização Ambiental (PRA).
Uma consciência observada também fora das políticas de governo, com exemplos como o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), criado em 2007 por representantes de todos os elos da cadeia de valor da pecuária bovina, como produtores, indústrias, organizações do setor, produtores e associações, varejistas, fornecedores de insumos, instituições financeiras, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e universidades.
Este é um momento propício para mostrar que a agricultura está incorporando cada vez mais noções de sustentabilidade. Isso é estratégico para o futuro da agricultura, tanto para manter solo e água com qualidade, como para uma cumprir uma exigência da sociedade: incorporar esse conceito nos métodos de trabalho, produção e comercialização.
Estes são todos exemplos de uma nova agricultura. Pujante, dinâmica, tecnológica, produtiva e amiga da natureza.
Arnaldo Jardim - Deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo