Bayer anuncia plano para ampliar negócios e incentivar agricultura regenerativa

Bayer anuncia plano para ampliar negócios e incentivar agricultura regenerativa

Multinacional pretende atuar em segmentos como fertilização, fixação biológica de nitrogênio e biocombustíveis

A multinacional Bayer anunciou, nesta terça-feira, um plano de negócios para a divisão agrícola com expectativa de crescimento em áreas consideradas “adjacentes”, como biocombustíveis, fertilização e fixação biológica do nitrogênio. Os planos serão detalhados ao longo do dia no 2023 Innovation Summit, em Nova York (EUA).
No segmento de fertilização e soluções biológicas, a Bayer tem a expectativa de chegar a 1,5 bilhão de euros em vendas até 2035. A empresa está no segmento em parceria com empresas de inovação aberta. Uma das oportunidades avaliadas está na adoção de produtos biológicos que aliem controle de insetos e doenças à redução de resíduos em frutas e vegetais.

Na área de biocombustíveis, a empresa iniciará a venda de culturas voltadas à cobertura vegetal do solo com potencial de produção de combustíveis renováveis, sem competição com culturas alimentares. Segundo a companhia, a atuação nesse mercado se dará por meio da CoverCress, da qual é acionista majoritária.

A multinacional também vem ampliando sua atuação na área digital. No início do ano, anunciou soluções voltadas à eficiência dos negócios dos produtores rurais. E, por meio de sua iniciativa chamada de Carbono Bayer, pretende reforçar a parceria com agricultores para promover sua inserção no mercado de carbono.

Em comunicado, a empresa informa que, atualmente, só com seu portfólio principal (sementes e defensivos), a área de Crop Science está inserida em um mercado que movimenta globalmente 100 bilhões de euros. Com a atuação nesses outros segmentos, a avaliação é de que o potencial a ser explorado dobra de tamanho.

“Nosso objetivo é transformar a agricultura, para que seja mais produtiva, mais sustentável e que amplie o impacto real positivo no meio ambiente”, afirma, no comunicado, Rodrigo Santos, presidente global da divisão agrícola da Bayer e integrante do conselho da companhia.

Pesquisa e desenvolvimento
A Bayer investe por ano 2,6 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento, sem considerar “itens especiais”, como despesas não recorrentes na área. Segundo o informe divulgado à imprensa, em 2022, a companhia contabilizou “avanços” em pelo menos 15 projetos, entre defensivos, sementes e modelos digitais.

No ano passado, a divisão Crop Science da Bayer faturou 25,17 bilhões de euros. A avaliação é de que o potencial de vendas com esse pipeline da empresa passa a ser superior a 30 bilhões de euros.

Entre o que já está em desenvolvimento, está uma variedade de arroz para plantio direto, com a promessa de aliar aumento de produtividade e redução de consumo de água. Os testes estão sendo feitos na Índia.

Outra cultivar em testes é uma variedade de milho com estatura mais baixa em comparação com outras variedades. A ideia é diminuir riscos de perda com ventos fortes, além de otimizar o uso de insumos e recursos, com o auxílio de ferramentas digitais.

No segmento de proteção de cultivos, até o final desta década, a Bayer planeja colocar no mercado uma nova linha de herbicidas para o controle de plantas daninhas em áreas extensas. E está sendo desenvolvida uma linha de fungicidas de amplo espectro, com possibilidade de aplicação em cereais, frutas e outros vegetais.

Agricultura regenerativa
Com base em suas soluções, aliadas ao uso da agricultura digital, a Bayer informou ter a meta de incentivar o uso de práticas de agricultura regenerativa em 161 milhões de hectares em escala global até meados da próxima década.
O conceito está associado ao uso de tecnologias e técnicas de manejo que permitem produzir alimentos de forma mais saudável, com recuperação do solo e o cumprimento das funções essenciais dos ecossistemas. A ideia é deixar o solo mais saudável, promover a biodiversidade, e ter um negócio lucrativo.

“Entendemos que a agricultura regenerativa promoverá o aumento da produção de alimentos, da renda agrícola e da resiliência em meio às mudanças climáticas”, avalia Santos, no comunicado da empresa.

 

Globo Rural