Biocombustível de aviação terá etanol da Zilor

Biocombustível de aviação terá etanol da Zilor

Companhia recebeu certificação internacional que permitirá a ela atender fabricantes de SAF

A Zilor está habilitada a fornecer etanol para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). A empresa obteve a certificação ISCC/Corsia (International Sustainability & Carbon Certification) para duas usinas: a São José, localizada em Macatiba (SP), e a Barra Grande, em Lençóis Paulista (SP).

O ISCC é mantido pela Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO). A certificação atesta que o etanol produzido nas duas plantas cumpre requisitos internacionais de produção sustentável e de baixa emissão de carbono desde a origem.

As unidades e áreas de produção próprias e de parceiros foram auditadas segundo critérios como rastreabilidade, aspectos socioambientais e qualificação das emissões de gases de efeito estufa. O certificado data de 21 de setembro. Assim, o etanol produzido desde 22 de setembro nos locais vistoriados poderá ser fornecido para SAF.

O etanol é o mesmo que abastece os veículos flex. Mas, para poder abastecer aviões, ele passa por um processo de transformação que exige 1,7 litro de etanol para se obter um litro de SAF.

“A questão principal não é o quê foi produzido, mas como. É ter a certeza de se estar adquirindo algo sustentável”, diz Fabiano Zillo, diretor presidente da Zilor, que lembra que a companhia já segue outras normas de boas práticas na produção, como a Bonsucro.

Fundada em 1946, a Zilor produz etanol, açúcar, energia e ingredientes para alimentação humana e animal. Segundo o empresário, a entrada no mercado de SAF integra uma estratégia de diferenciação de portfólio. A decisão considera a demanda crescente por energia limpa. As companhias aéreas precisarão cumprir metas de sustentabilidade, e o SAF pode reduzir em cerca de 65% as emissões de gases de efeito estufa, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

“Vai ter um processo de aditivação do combustível (SAF), com a criação de mandatos. Hoje, o SAF é mais caro que o querosene, mas, em uma mistura de 1% a 5%, é factível criar valor em uma demanda crescente por sustentabilidade”, afirma Zillo.

Dados usados como referência pela Zilor apontam que a demanda global por SAF deve chegar a 20 milhões de metros cúbicos até 2030. Zillo reconhece que o etanol não é a única solução, mas, hoje, é o que tem a cadeia produtiva mais bem estruturada. “É a principal fonte de matéria-prima para SAF, e o Brasil, seu principal local de produção. Hoje, o que existe, de maneira material, uma cadeia rastreável, para se atender uma boa parte disso, é a do etanol”, ressalta. Segundo a Zilor, o etanol para SAF será vendido pela Copersucar por meio da Evolua, joint venture com a Vibra Energia.

 

Globo Rural