BNDES dobra crédito do RenovaBio para R$ 2 bi

Apoio ao setor de biocombustíveis fornece crédito ESG e estimula eficiência energética e produção com redução nas emissões de carbono

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ampliou em R$ 1 bilhão os recursos disponíveis do BNDES RenovaBio. O programa agora conta com R$ 2 bilhões até o final de 2022 para financiar usinas.

O apoio ao setor de biocombustíveis fornece crédito ASG (Ambiental, Social e Governança) para a melhoria da eficiência energética e da certificação da produção com redução nas emissões de carbono.

Ao vincular a redução da taxa de juros, que pode chegar a 0,4%, às metas socioambientais, a instituição dá um incentivo aos clientes que adotam práticas produtivas mais sustentáveis ao longo da vigência do financiamento.

Desde seu lançamento, em janeiro de 2021, o programa aprovou cerca de R$ 800 milhões em financiamentos a nove operações, todas de etanol, e desembolsou R$ 558 milhões.

A primeira operação do BNDES RenovaBio no valor de R$ 100 milhões — valor máximo de cada financiamento por usina –, ocorreu em maio passado, para a Usina Santa Adélia em Jaboticabal (SP).

Também receberam créditos Açucareira Quata, Ferrari Agroindústria e usinas Coruripe, São Manoel, Batatais, Santa Fé e Itamarati. Com o apoio, essas unidades esperam aumentar, em média, em torno de 5% a eficiência energético-ambiental de seus processos produtivos.

“O ritmo rápido de aprovações do BNDES RenovaBio é indicativo de que o setor está alinhado com a necessidade de adoção das melhores práticas ASG. E de que o formato de linked loans é um estímulo importante para suportar os investimentos, com a redução de taxas de juros para as empresas que cumprirem suas metas socioambientais”, comenta Bruno Aranha, diretor de crédito produtivo e socioambiental.

CBIOs voltam a R$ 100. Um dos pilares do RenovaBio, os créditos de descarbonização do (CBIOs) voltaram a atingir o preço médio de R$ 100,25 na primeira semana de maio.

A moeda verde da política de biocombustíveis começou o ano com preço médio em torno de R$ 62 por título, subiu para R$ 70 em fevereiro e teve máxima de R$ 101,50 na primeira semana de março. Depois ficou oscilando entre R$ 94 e R$ 99.

A meta anual de compra das distribuidoras é de 35,98 milhões de CBIOs este ano, e foram emitidos 20,129 milhões até o momento, 56% da meta anual.

Desse total, 37,88% está com as distribuidoras, 10% com os emissores e 0,3% com partes não obrigadas. Outros 7,6% foram aposentados.

Além do balanço de oferta e demanda, o preço do CBIO reage aos preços dos combustíveis, que vinham em uma trajetória de forte pressão inflacionária em 2021 (câmbio, estímulos e choques relacionados à covid-19).

O mercado agora está em uma nova fase de incerteza com a invasão da Rússia à Ucrânia e os reflexos no mercado de combustíveis.

 

 

EPBR - 12/05