Chuvas atrapalham a maximização de produção de açúcar pelas usinas, diz Nastari

Chuvas atrapalham a maximização de produção de açúcar pelas usinas, diz Nastari

Mesmo iniciando com certo atraso e trazendo pouco otimismo em relação a uma melhora dos resultados, a safra de cana-de-açúcar 2022/23 na região Centro-Sul representou uma mudança de perspectiva. Os produtores esperavam por uma recuperação dos canaviais e as chuvas ultrapassaram as médias históricas, assim, a disponibilidade de matéria-prima foi maior do que a esperada.

Na 22ª edição da Conferência Internacional Datagro sobre açúcar e etanol, o presidente da companhia, Plínio Nastari, definiu a temporada como “cheia de altos e baixos”. Ele aponta que, mesmo com a ocorrência de um La Niña, as precipitações foram bem distribuídas, auxiliando no desenvolvimento dos canaviais, que apresentaram níveis de açúcares totais recuperáveis (ATR) elevados.

Em contrapartida, segundo Nastari, as precipitações também resultaram em mais dias de colheita perdidos em comparação com os dois últimos anos. Este fator pode alongar a temporada. “Os produtores caminham neste dilema de até quando podem esticar a safra para aproveita a disponibilidade de cana”, relata.

Por essa razão, ele acredita que, diferentemente de anos anteriores, a moagem de cana poderá seguir até o primeiro trimestre de 2023.

O presidente da Datagro explica também que, apesar da temporada ter começado focada no etanol, as mudanças no decorrer da safra levaram as usinas a voltarem sua produção para o açúcar, que se apresentou mais rentável. Segundo ele, em 24 de outubro, a remuneração do açúcar VHP para exportação estava 322 pontos acima do prêmio do biocombustível hidratado.

Ainda assim, os produtores têm encontrado dificuldades para maximizar a fabricação do adoçante. Devido às chuvas, a cana apresentou perda de pureza no caldo, o que pode atrapalhar o processo de cristalização.

 

Nova Cana – retirado do Portal SIAMIG