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A São Martinho divulgou nesta segunda-feira (19/6) lucro líquido de R$ 1,015 bilhão referente ao acumulado da safra 2022/23, com o setor ainda afetado por problemas climáticos ocorridos nos últimos anos.
Em contrapartida, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 6,8% no período, para R$ 3,35 bilhões. A margem Ebitda ajustada recuou 4 pontos percentuais, para 50,5%.
A receita líquida cresceu 15,2%, para R$ 6,64 bilhões, em meio a preços médios melhores no mercado de açúcar e expansão da estratégia de exportação de etanol, principalmente para compradores com maiores prêmios.
"O setor teve perdas importantes de produtividade por seca e geadas (...) tínhamos a expectativa de que a cana tivesse uma resposta mais robusta, mas o fator climático foi relevante", disse à Globo Rural o presidente da companhia, Fabio Venturelli.
Ele lembrou também que uma mudança tributária ocorrida sobre a gasolina no ano passado gerou impacto sobre toda a cadeia, "fazendo com que os preços do etanol despencassem de forma muito relevante".
A estratégia que a São Martinho conseguiu para driblar este cenário foi a expansão nas exportações do biocombustível, que segundo Venturelli triplicaram em relação ao que era exportado anualmente.
Produção
A companhia processou 20,02 milhões de toneladas de cana na safra 2022/23, volume quase estável, com leve avanço de 0,6% em relação ao ciclo anterior. A moagem considerada cana própria e de terceiros.
A produção de açúcar caiu 7,4% para 1,206 milhão de toneladas, enquanto a de etanol baixou 1,6% para 898,9 mil metros cúbicos.
O mix de produção ficou em 45% da matéria-prima para açúcar e 55% para etanol, seguindo a estratégia mais alcooleira.
Com canaviais ainda prejudicados por seca e geadas ocorridas em anos anteriores, a qualidade da safra ficou prejudicada. Os açúcares totais recuperáveis (ATR) ficaram em 140 quilos por tonelada, redução de 4,6% comparada à temporada anterior.
Valor Econômico