O consumo de etanol na Argentina deverá alcançar o recorde de 1,1 bilhão de litros neste ano, segundo avaliação do adido do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) no país. O volume representa um aumento de 10% em relação ao de 2021.
Diversos fatores explicam a projeção, entre os quais a recuperação da economa após o fim das restrições provocadas pela pandemia, a subvenção do governo federal ao turismo interno e os preços subsidiados da gasolina.
“O governo busca manter os preços da gasolinas os mais baixos possíveis, apesar dos altos preços mundiais, e isso também atrai muitos consumidores de países vizinhos”, diz o USDA, em relatório.
Cana e milho
Dados oficiais apontam que as distribuidoras compraram 439 milhões de litros de etanol nos cinco primeiros meses de 2022. Cerca de 40% foi produzido a partir da moagem de cana, e o restante veio do processamento de milho.
Segundo o adido do USDA, as empresas argentinas estão negociando com o governo o aumento da mistura de etanol na gasolina no país, de 11,6% para 15%.
A produção argentina de etanol deverá somar 1,08 bilhão de litros em 2022, volume similar ao produzido antes da pandemia, e 7% acima de 2021. Desse total, 580 milhões de litros deverão ser produzidos pelas indústrias de milho e o restante por usinas de cana.
Reajuste de preços
“Para fornecer etanol sob o mandato atual, ambos os segmentos tiveram que negociar e exigiram preços mais altos para cobrir seus custos crescentes. O setor de milho recebeu 30% de aumento de preços em abril, e o sucroalcooleiro teve um aumento de 19% em julho”, diz o USDA.
O país não costuma exportar etanol, e eventualmente importa o biocmbustíveis da Bolívia. O adido do USDA lembra que a Argentina não anunciou nenhum investimento em novas plantas de biocombustíveis em 2022.
Valor Econômico