Contra o ICMS abatendo o etanol, usinas usam a ‘gambiarra’ do CBio de compensação

Contra o ICMS abatendo o etanol, usinas usam a ‘gambiarra’ do CBio de compensação

Em momentos de aperto, as empresas vão atrás da caixa de ferramentas, até para ‘gambiarras’ de proteção. Os Créditos de Descarbonização (CBios), títulos ofertados às distribuidoras de combustíveis, estão sendo usados pelas usinas para remendar o fio desencapado que o novo ICMS deixou nos preços do etanol.

Como há o retorno para as indústrias entre R$ 0,10 e R$ 0,15 por litro de etanol, com a emissão do papel criado no RenovaBio, negociado na B3 (B3SA3), as informações correntes do mercado é de que elas estariam segurando os lotes para forçar as altas.

Contra a queda dos preços do biocombustível – na quarta caiu mais 0,90% no segmento intermediário da cadeia, segundo o Cepea – principalmente porque o teto do imposto estadual, de 17%, dará maior competitividade à gasolina, encurta-se a oferta do papel.

Não quer dizer, diretamente, que pode funcionar. Depende muito das contas de cada usina, da oferta de açúcar que também produzem, e da arbitragem que conseguem fazer entre os dois produtos do mix.

As distribuidoras são compulsoriamente obrigadas a comprar os CBios para atenderem as metas de descarbonização estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Em 2022, é de 35,98 milhões.

O CBio ao final de junho chegou a dobrar de preço, passou de R$ 200, sobre o mesmo período do ano passado. E em plena safra do Centro-Sul, apesar da queda na produção por razões de moagem menor de cana.

Caiu um pouco nos últimos dias, quando também o petróleo despencando tirou expectativa de demanda mais elevada do etanol. Na quarta, teve negócios em torno de R$ 197, mas ainda com ofertas próximas dos R$ 198 a R$ 199.

Até a segunda quinzena de junho, segundo dados da bolsa e da ANP, foram emitidos mais de 15 milhões de CBios desde janeiro, em torno de 42% do teto anual, mas bem abaixo do acumulado dos mesmos meses de 2021.

Em relação à aposentadoria dos CBios, , chegou-se a quase 11% da meta das distribuidoras.

 

Money Times