(DES)CONFIANÇA – Por José Américo Rubiano

(DES)CONFIANÇA – Por José Américo Rubiano

“Senza Fiducia Non Sa Fare Niente (adágio popular)

 

A confiança (fiducia) é a base dos relacionamentos humanos. Na relação pais e filhos, no amor, nas relações profissionais, na representação política. A mentira interrompe a relação de confiança. A campanha eleitoral da presidente eleita foi um festival de mentira e uma pregação de ódio aos inimigos. Sim inimigos. O PT não tem adversários. Quem não se lembra da “herança maldita” pregada pelo Lula no início do seu primeiro governo? Quem não se lembra do bordão do “nós contra eles”? Uma necessidade de descontruir os outros. De dividir a nação para continuarem reinando, fazendo um governo populista, distribuindo benesses a partir do endividamento do estado brasileiro. O bolsa família é antes um programa de cooptação das classes menos favorecidas. A outra parte deste roteiro odioso de dominação é o cooptação de grandes empresários, hoje atropelados pela justiça brasileira.  Uma das razões pelas quais não deu certo este enredo, e que eles não contavam, é a própria incompetência na gestão do estado brasileiro. Quebraram o Brasil, a Petrobrás, a Eletrobrás, a Bioenergia. Derreteram o mercado de trabalho. Este ano o Brasil está pagando R$ 400 bilhões de juros. A presidente não tem a confiança de 92% da população. Para tirar o país do buraco em que o PT nos meteu é preciso de uma liderança que tenha credibilidade, que possa convocar a nação para discutir alternativas para um programa de reorganização do estado brasileiro. A presidente Dilma Roussef não é essa pessoa.

As pedaladas fiscais são graves pelo descumprimento continuado da legislação vigente. Mas as dificuldades de hoje vem desde o dia em que o PT assumiu o governo. Qual foi o planejamento estratégico desenvolvido e implementado pelos governos do PT? Deu certo enquanto pegaram um país reorganizado e surfaram na onda de um crescimento mundial espantoso. Quando esta festa acabou começaram as dificuldades exatamente por que é um partido populista, que, com raras exceções, não tem quadros, não tem gente competente. Exemplo maior é o ex-ministro Guido Mantega ou a própria presidente. O PT tem uma incompatibilidade com as regras de mercado. São inúmeras as tentativas desastrosas de interferência. O PT não tem um projeto para o Brasil. Tem um projeto de poder. Mas, mais uma vez, para manter-se no poder é preciso de um mínimo de competência gerencial, que eles nunca tiveram. O quadro de incompetência se agrava quando a ele se associa os desmandos éticos que perpassam os diversos espaços da governabilidade, envolvendo pessoas atreladas a esse extrato político. Negam o mercado.  Mas se aproveitam dele indevidamente para financiar seu projeto e, também,  “se dar bem na vida”. A leitura do pedido de impeachment do Prof. Hélio Bicudo, figura insuspeita, remete a uma ilação que flui do texto sobre a tentativa de  transformar o Brasil, de mais de 200 milhões de habitantes, em uma republiqueta, como outras da América latina a quem estes gurus do atraso ideológico prestam reverência. Com uma diferença, aqui as instituições  funcionam. A mídia não se verga às tentativas de controle. Não há como recuperar a confiança.