Diagnóstico agrícola: o início de uma grande mudança - Por Dib Nunes Jr.

Diagnóstico agrícola: o início de uma grande mudança - Por Dib Nunes Jr.

Na área agrícola das empresas do segmento sucroenergético é onde se concentram os maiores desafios para se realizar uma gestão baseada em ganhos contínuos de produtividade e que coloquem a empresa em um patamar de alta competitividade. As maiores dificuldades encontradas pelos gestores se devem aos heterogêneos contingentes de colaboradores e aos mais variados recursos e tecnologias de produção. A improvisação é alta e as situações encontradas são, muitas vezes, das mais inusitadas, embora muitos problemas se repitam nas diversas corporações, grande parte deles são característicos da cultura da própria empresa ou da região.

Há muitos diferenciais nos procedimentos operacionais, onde se escondem muitos problemas que afetam a competitividade e que permanecem totalmente ocultos por anos a fio. A falta de auditorias e avaliações criteriosas nos procedimentos operacionais ou administrativos, escondem perdas significativas, importantíssimas que necessitam ser diagnosticadas, para então melhorar a lucratividade do negócio canavieiro como um todo.

Num diagnóstico bem elaborado os principais pontos de perdas, ganhos e riscos são encontrados e em geral estão ligados a : uso indevido da maquinaria agrícola, deficiência na manutenção de máquinas, frota velha com baixa disponibilidade e manutenção cara, uso de insumos sem adequado controle e às vezes sem necessidade, mau uso de resíduos canaviais de baixa produtividade ausência de análise técnica-econômica para tomadas de decisão, conhecimento técnico insuficiente para promover mudanças sem comprometer a produção, plantios fora de época e cheio de falhas, tratos culturais mal feitos, ambientes desfavoráveis em excesso, relevo improprio para a mecanização perdas de ATR por manejo inadequado de colheita.

Além disso, no campo da gestão agrícola pode-se citar: horas extras em excesso, baixos índices de rendimentos operacionais, pouco ênfase em planejamento que levam a erros na elaboração do orçamento, controladoria sem métricas e parâmetros para comparação, ausência de metas e objetivos para todas as atividades, problemas com mão de obra sem qualificação, baixo comprometimento profissional, compras feitas sem programação e agilidade, contratos mal elaborados, contratos com valores acima do mercado, alta dependência de fornecedores de cana e de terras, elevado índice de terceirização com déficit de controle, resultados operacionais ruins nas operações de colheita e transporte, logística extremamente comprometida com longas distancias das áreas de produção, estradas com manutenção ruim e acesso difícil às propriedades produtivas, etc.

Em um diagnóstico, é importante, avaliar também o quadro de gestores em posição estratégica e seu comprometimento com as metas da empresa. Além disso, deve-se apurar periodicamente os custos de produção das principais etapas do sistema produtivo de cana-de-açúcar e compará-los a fontes críveis, além de se apurar indicadores de desempenho para confrontação com dados de outras empresas.

E ainda, avaliação da eficiência dos serviços de apoio necessários às operações de campo, a possibilidade de expansão da lavoura e a imagem que a empresa tem junto a produtores, proprietários de terras e prestadores de serviços da região, são extremamente importantes.

Há regiões onde a concorrência com outras empresas agrícolas e outros negócios são muito impactantes a ponto de deixa-las sem condições de crescimento horizontal. Embora o nível de credibilidade também seja medido pela análise financeira e pelo cumprimento de compromissos assumidos com instituições financeiras e fornecedores, o prestígio que a empresa acumulou na região, tem um enorme peso na sua sobrevivência e no seu sucesso.

O diagnóstico bem feito facilita a elaboração do CAPEX e OPEX necessários para os próximos anos para incremento da produção, recuperação de produtividade ou mesmo, o crescimento da empresa. É também fundamental para que o empresário fique sabendo, qual deve ser o capital a ser aplicado nos próximos anos em manutenção e investimentos. As avaliações dos ativos biológicos darão a ideia do capital armazenado no campo, do seu potencial para produção de açúcar, etanol e energia elétrica e receitas.

De acordo com estudos realizados pelo Grupo IDEA, consultoria especializada em cana-de- açúcar, por conta de diagnósticos e due diligences incompletas , grande parte dos novos players que acessaram este mercado no Brasil na década passada, não obtiveram o sucesso esperado. Por não conhecerem a cultura do setor ou por desconhecimento da complexidade da produção canavieira, colecionaram prejuízos e agora estão tentando se livrar do negócio, colocando o patrimônio adquirido à venda.

Querem recuperar o que investiram, mas certamente contabilizarão pesadas perdas ao sair. Muitos casos começaram com due diligences imprecisas e malfeitas, que não levantaram corretamente os problemas e riscos envolvidos no negócio, além de apurar índices de produtividades e rendimentos que apontaram para faturamento muito acima do seu potencial. Com os seis anos de crise de preços do setor, a situação se agravou e não atingiram os níveis de faturamento desejados. Algumas empresas recorreram a chamadas de capital, outras simplesmente já passaram o bastão para credores ou fecharam as portas.

As empresas avaliadoras especializadas no negócio canavieiro que já realizam muitas due diligences, usam nestas avaliações, indicadores de desempenho técnico-operacionais e financeiros atualizados, para fins de benchmarking com o mercado, além de estar muito atentas aos dossiês preparados por aqueles que tentam valorizar demais seus ativos ou esconder ineficiências dentro da complexidade da produção canavieira.

Muitas vezes as diferentes realidades podem ocultar verdadeiras armadilhas, cujo teor pode determinar o sucesso ou o fracasso dos empreendimentos. O setor sucroenergético sempre trabalhou com margens estreitas e por isso não pode correr muitos riscos ou ter obrigações elevadas a cumprir, pois torna o negócio instável.

No caso de due diligences o levantamento bem balizado, embasado em dados criteriosamente coletados por experientes profissionais do ramo, são importantes para alimentar as planilhas de análises financeiras do negócio, usadas para se tomar importantes decisões.

De outro lado, os Diagnósticos Anuais da área agrícola das usinas, permitem atualizar os gestores sobre como e onde é necessário aprimorar a gestão e os processos de melhoria contínua. Além disso, proporciona o adequado conhecimento da realidade da lavoura de cada empresa sendo fundamental para melhorar a produtividade e os resultados e operacionais.

Somente uma equipe especializada em auditorias e diagnósticos é que poderá dar segurança aos gestores, identificando o real potencial produtivo e os principais gargalos da empresa avaliada, firmando-se nos pontos fracos e fortes, além de apontar as possíveis ameaças e oportunidades inerentes ao negócio.

A equipe de profissionais do Grupo IDEA acumula longos anos na gestão e operação direta de empresas de médio e grande portes em vários pontos do país e no exterior, sob as mais variadas condições, sempre com muita qualidade.
Nos últimos anos o Grupo IDEA realizou 58 avaliações e diagnósticos desta natureza. O recente aumento da procura por diagnósticos, benchmarking de indicadores e até mesmo due diligences, demonstram que as empresas perceberam que para conseguir produzir cana a custos competitivos vão necessitar cada vez mais de informações realistas sobre o setor mais oneroso da empresa. Bons ventos voltaram a soprar.

A melhoria do mercado e a mudança de rumos na política econômica do Brasil, vai atrair novos investidores, porém desta feita, estarão muito mais cautelosos em relação à situação das empresas, pois vão analisa-las com maior nível de detalhes antes de decidir por investimentos ou efetuar a aquisição do controle acionário.

Os diagnósticos anuais da área agrícola fazem um verdadeiro raio X da lavoura, evitam surpresas e riscos desnecessários e provêm os gestores das mais importantes informações para uma gestão de sucesso.

Todas as usinas deveriam fazer um diagnóstico todos os anos, para apontar os pontos que necessitam ser aprimorados.Com um bom diagnóstico anual os gestores saberão exatamente onde estão pisando e vão administrar com direcionamento correto voltado para soluções de problemas e melhoria de seus resultados, tornando a sua empresa cada vez mais competitiva.

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*Dib Nunes é eng. agrônomo e diretor do Grupo IDEA