Ditaduras particulares - Por Cláudio Belodi

Ditaduras particulares - Por Cláudio Belodi

O endeusamento de Lula por ele mesmo revela que sua política partidária só tem um mandatário no PT – o próprio.

Por isso que devemos ter cuidado com a ascensão da esquerda no poder, especialmente essa de um só homem. Em qualquer parte do mundo a esquerda governa de forma ditatorial. Se não o faz quando é poder, o faz dentro dos seus quadros. 

E porque essa conclusão. As esquerdas ascendem por meio de ansiosos em desfrutar a nobreza das cortes. Não que o querem para aproximar a ralé da pomposidade, mas para, em nome da ralé, desfrutarem das riquezas produzidas pela ralé.

E a ralé continuará ralé.

Toda essa encenação do ex-mandatário só comprova o anseio de ele, e somente ele, ditar as cartas, como despótico.

Ninguém ousa a contrariá-lo. Quem o fizer será expurgado como traidor, sem se atentar à tirania que exerce em seu partido. Não é um santo, nem Deus. É a imagem do ditador que acha fazer o melhor, pensando estar no olimpo, mas que na verdade, seus asseclas mais próximos, a mando do ditador, pisam e dançam sobre os descontentes. Mesmo àqueles que estenderam seus braços para elevar o desatinado ao trono.

Em tese, castrismo, lulismo, chavismo e outros “ismos” (sic) são diferentes? Não há com opositores diálogos e ideias compartilhadas, embora o discurso seja recheado de alusões nesse sentido; prevalece o senso deles e pronto. Salvo quando o consenso for pecuniário.

Se Lula quer ser candidato terá de enfrentar as instituições brasileiras, que felizmente ainda funcionam bem. No entanto, a presenciar suas atitudes dentro do partido, só visando o benefício próprio, pressente-se a carga raivosa que poderá desferir no povo, caso a insana pretensão o levar ao poder. 

Crédulos acham que se Lula voltar ao poder fará um governo irretocável. Sabe-se que, como o partido PT foi hábil na retórica e fracassou na política não contará com a mesma margem de manobra no Congresso Nacional, como no passado. 

Razão simples: memória coletiva. O povo lembra-se do ídolo, porém o mesmo povo não elegerá os partícipes da promiscuidade dos ditos anos de ouro da era petista. A base será reinventada e o poder limitado por forças pseudomoralistas, inclusive internas que se degladiam no próprio partido.

Melhor lembrar que a manipulação das emoções tem prazo de vencimento e persistem enquanto os crentes não descobrem que foram enganados. Esse é o prazo de validade do populismo. 

Logo, as pretensões levarão a um governo sem governabilidade. Para fazê-lo, só se for em regime ditatorial, cujos ensaios são sentidos nos cantões do partido.