Futurismo industrial - Por Claudio Belodi
Quando se fala em plataformas de conversão de trabalho em produtos, sejam eles naturais ou elaborados, na natureza do conhecimento observa-se duas vertentes: uma de emanação e outra de absorção do Carbono. As duas formas são, a de exalar e a de captar. A exalação se dá pela deterioração e pelo calor agindo sobre a matéria, seja ele natural ou provocado, e a de captação ocorre mais comumente pela ação da luz solar na conversão em massa, principalmente dos reinos animal e vegetal. Embora a produção de seres vivos reina os primórdios do planeta em estado habitável, o desenvolvimento da humanidade se deve ao princípio da exalação, advindo mais criativamente com o descobrimento do uso do petróleo.
Através do emprego desse fóssil desenvolveu-se quase toda a indústria que propiciou a inovação, inclusive de tecnologias avançadas de captação, não pela modificação do aparelho celular fotossintético, mas pela incorporação de meios de agilização do crescimento e rendimento mássico, provenientes do sistema de exalação. Critica-se exacerbadamente o aumento de alguns pontos no Dióxido de Carbono circulante no planeta, mas graças a esse fornecimento é que a produção de alimentos também tem crescido. Em níveis inferiores haveria carência, inibindo a produção para alimentar o salto demográfico da humanidade. A industrialização do aço, o consumo do petróleo em todas as suas escalas e necessidades tem sido fontes importantes de emanação e oferta de absorção. Parece que os defensores da aldeia global começam a enxergar a necessidade de desenvolver com mais vigor a cadeia da absorção.
E isso se pauteia em duas direções: controlar os meios de emanação produzindo mais massa vegetal para as necessidades humanas. E a partir disso desenvolver a plataforma da absorção, originando produtos que substituam aqueles hodiernamente supridos pela cadeia de emanação. Nem tudo será possível, mas é possível gerar uma nova origem de bens e usos que reduzam ou controlem o foco da plataforma de geração de Dióxido de Carbono, símbolo do desenvolvimento humano. A velocidade de reabsorção pode ser estimada em 2 : 200 ou seja, a produção de biomassa limpa o carbono gerado numa pequena fração de tempo, e deve ser enfatizado que ela absorve primeiramente para depois ser lançado através do uso da massa gerada. É por isso que chamamo-la de fonte renovável. E nisso, a produção de massa vegetal ou animal contribui com produtos industrializados e naturais de grande significância para a vida, como: alimentos e bebidas; vestuário; cosméticos e higiene; construções e mobiliário; medicina curativa e hospitalar; resinas e elastômeros; energia elétrica; combustíveis e lubrificantes; artes e utensílios; pigmentos; ração animal; fertilizantes orgânicos e oxigênio purificado.
O avanço da biotecnologia e nanotecnologia modificará, daqui a alguns anos, a indústria química mundial, com o uso de plantas para as mais variadas utilidades. E ainda estamos engatinhando para as fazendas marinhas de produção de algas e microorganismos que darão um novo perfil na geração de produtos de grande valor industrial. No contexto de território e de projeção solar o Brasil dispõe do maior tesouro mundial, que são suas extensões agricultáveis, capacidade de suporte do solo e disponibilidade hídrica e clima invejáveis. Resta pois, que os investimentos sejam canalizados para o duradouro e não simplesmente para o mais fácil.