Governo estuda alívio em frete para caminhoneiros

Governo estuda alívio em frete para caminhoneiros

Estariam sendo estudadas mudanças nas regras de compensação do preço dos combustíveis em contratos de afretamento

Com nova pressão do presidente Jair Bolsonaro (PL) depois do anúncio do lucro de R$ 44,5 bilhões da Petrobras em apenas três meses, o governo federal estuda mudanças nas regras de compensação do preço dos combustíveis em contratos de frete rodoviário. O modelo, defendido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi discutido na quinta-feira (5) em reunião na Casa Civil pelo Ministério de Minas e Energia.

A intenção do Executivo é aproximar o modelo brasileiro do americano, garantindo o preço do frete para o caminhoneiro pelo preço final, quando da entrega da mercadoria. É uma tentativa de reduzir o risco para o caminhoneiro autônomo, grupo que tradicionalmente apoia o presidente, mas que, com a alta dos combustíveis, tem feito muito barulho com críticas ao seu governo. Hoje, um dos problemas financeiros do caminhoneiro é a volatilidade.

Uma fonte envolvida nas negociações afirma que, hoje, o caminhoneiro contrata por um determinado valor. Mas, com a variação do combustível, quando a entrega chega ao destino, o valor do combustível está mais alto. Assim, o caminhoneiro leva prejuízo porque durante a viagem ele pagou mais. Dessa forma, a medida seria uma maneira de o preço final proteger o caminhoneiro para não sofrer volatilidade.

Em ano de eleições, a maior preocupação do presidente é com a possibilidade de um novo reajuste do preço do diesel. Especialistas apontam que a defasagem do preço do combustível é de cerca de 25%.

Menor número de caminhoneiros autônomos
Dados da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) indicam que, há cinco anos, o Brasil tinha 919 mil transportadores autônomos. Em 2021, após a alta no preço dos combustíveis, a agência estima que o número caiu para 696 mil motoristas. A categoria é vista como estratégica pelo Palácio do Planalto, dado o apoio que oferece a Bolsonaro.

A equipe econômica busca espaço no Orçamento para subsidiar o diesel. O projeto é bem visto pela área econômica, porque, além de não ter impacto fiscal, já seria uma mudança na relação privada.

No governo, a pressão por subsídio foi renovada. Mas o espaço no teto de gastos é zero. O governo quebra a cabeça para acomodar novas despesas que entraram no radar nas últimas semanas, comprimindo o espaço orçamentário.

 

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