Honeywell aposta no etanol para ampliar mix de combustíveis sustentáveis de aviação

Honeywell aposta no etanol para ampliar mix de combustíveis sustentáveis de aviação

Empresa está investindo em soluções para produção de SAF a partir de etanol de milho, celulose ou cana-de-açúcar

A Honeywell apresentou nesta semana uma tecnologia de conversão de etanol em combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) que utiliza catalisadores de alta performance para maximizar a eficiência e promete reduzir a intensidade de carbono em até 80% em relação ao querosene fóssil.

Com sede no Texas, nos Estados Unidos, a empresa de tecnologia está investindo em soluções para ampliar o mix de SAF e vê na rota ethanol-to-jet fuel (ETJ) um grande potencial, especialmente no Brasil, segundo maior produtor do biocombustível do mundo.

Segundo a companhia, a solução lançada esta semana está pronta para uso imediato e conversão de etanol de milho, celulose ou cana-de-açúcar em SAF.

As plantas produtoras serão manuseadas de maneira modular ou off-site, o que reduzirá os custos e a duração da construção. E podem ser uma alternativa para refinadores de petróleo e produtores de combustíveis que querem adaptar suas instalações para o biorrefino.

José Fernandes, vice-presidente de Materiais de Performance e Tecnologias para a América Latina da Honeywell, afirmou que a multinacional tem sido pioneira no desenvolvimento de tecnologias para a geração de biocombustíveis.

Para o executivo, a tecnologia para fabricar o combustível de aviação sustentável irá “contribuir para a sustentabilidade e abrir uma frente importante, sobretudo no mercado brasileiro onde o potencial é imenso”.

A empresa estadunidense se comprometeu a descarbonizar suas operações e instalações até 2035. Segundo a Honeywell, cerca de 60% dos recursos investidos em pesquisa e desenvolvimento são guiados para produtos com impactos socioambientais.

Políticas para o SAF
No Brasil, o programa Combustível do Futuro propõe medidas para promover a neutralização de carbono na matriz de combustíveis. Entre as metas regulatórias do programa está a introdução gradual do SAF em aeronaves pelas empresas aéreas. Contudo, o mercado global ainda aguarda as definições dessa legislação.

Em março, o Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou a primeira proposta para a inserção de combustíveis sustentáveis no mercado brasileiro de aviação. O projeto do subcomitê do Combustível do Futuro estabeleceu a redução de 1% das emissões de dióxido de carbono (CO₂), a partir de 2027.

A companhia aérea Latam Airlines anunciou, neste ano, a incorporação de 5% de SAF nas operações até 2030, com a meta de reduzir 50% das emissões domésticas de CO₂ durante o período.

 

Epbr (14/10)