Honeywell e Granbio vão produzir SAF com etanol nos EUA

Honeywell e Granbio vão produzir SAF com etanol nos EUA

Com início das operações previsto para 2026, unidade de escala de demonstração será alimentada com chips de madeira e resíduos de cana-de-açúcar

Honeywell e Granbio Technologies anunciaram nesta quarta (11/10) que vão combinar suas tecnologias de Ethanol to Jet (ETJ) e AVAP de etanol celulósico para produzir combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).

O produto será neutro em carbono e usará resíduos de biomassa como matéria-prima na próxima planta de demonstração da Granbio nos EUA.

Em janeiro de 2023, a companhia brasileira foi selecionada para receber um subsídio de US$ 80 milhões do governo estadunidense para desenvolver planta com capacidade de produzir cerca de 2 milhões de galões de SAF ao ano.

Com início das operações previsto para 2026, a unidade de escala de demonstração será alimentada com chips de madeira e resíduos de cana-de-açúcar e terá investimento total de cerca de US$ 220 milhões.

O processo AVAP patenteado da Granbio converte biomassa, incluindo resíduos florestais e agrícolas, em açúcares puros, de baixo custo e baixa intensidade de carbono, lignina e nanocelulose.

Esse processo resulta em um combustível neutro em carbono para a aviação, segundo as empresas, podendo reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 100% com base no ciclo de vida total, em comparação com o combustível de aviação à base de petróleo.

Os açúcares celulósicos serão então convertidos em SAF, por meio da tecnologia ETJ da Honeywell, e em coprodutos bioquímicos por meio de um processo separado.

Foco nos resíduos
Para Bernardo Gradin, CEO da Granbio, a combinação das duas tecnologias ajudará a dar escala ao SAF de etanol e cumprir as metas dos EUA para fornecimento do biocombustível.

Em setembro do ano passado, o Departamento de Energia dos EUA (DOE) lançou um roteiro para o SAF com a finalidade de atender 100% da demanda de combustível de aviação doméstica com o biocombustível até 2050. A iniciativa foi incluída no pacote de emissões líquidas zero do governo Biden, que destina US$ 369 bilhões para apoiar a transição energética do país.

“A tecnologia AVAP tem um grande potencial, dependendo da matéria-prima e da configuração da planta, de viabilizar SAF com pegada negativa de carbono, de acordo com a análise atual de ciclo do carbono”, comenta o executivo.

Ele enxerga na grande disponibilidade de resíduos florestais e agrícolas para matérias-primas, um potencial para modernizar instalações ociosas de celulose e papel nos EUA.

 

EPBR