Impacto da Índia no mercado de açúcar

A região do Centro-Sul está se encaminhando para uma safra de cana-de-açúcar.

O mercado global de açúcar e etanol reagiu às notícias da Índia proibindo as exportações dessas commodities na safra 2023/2024, devido à escassez de chuvas que impactou a produtividade do país. Esta é a primeira proibição em sete anos e levou a um aumento nos preços internacionais. No dia 23 de agosto, quarta-feira, os contratos futuros de açúcar com vencimento em novembro tiveram um aumento de 1,98%, atingindo US$ 0,24.

Segundo Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX, a proibição das exportações de açúcar da Índia não é surpreendente para o mercado. Isso ocorre porque os estoques indianos já estão baixos na safra atual (22/23) e há previsão de uma quebra na próxima temporada. O governo indiano antecipa uma significativa redução na safra de cana-de-açúcar e, portanto, está proibindo as exportações para assegurar o fornecimento interno de açúcar. Essa medida segue a estratégia anterior de proibir exportações de arroz para controlar a inflação doméstica.

“O governo do país já espera forte quebra para a safra de cana-de-açúcar, e, assim, proíbe os embarques para garantir a oferta doméstica de açúcar, assim como fez para o arroz recentemente, para controlar a inflação interna”, explica.

A região do Centro-Sul está se encaminhando para uma safra de cana-de-açúcar com uma produção de 607,7 milhões de toneladas e um foco maior na produção de açúcar, de acordo com a StoneX. Essa abundante colheita tem o potencial de resultar em aumentos ainda mais significativos nos preços do açúcar. Quanto ao etanol, os preços permanecem relativamente estáveis nesta semana, sendo influenciados principalmente pelos ajustes realizados pela Petrobras (PETR4) nos preços do combustível.

“Podemos ver que o etanol está em um momento de alta, tanto na bomba quanto na usina, uma vez que a demanda está elevada no curto prazo, com o reajuste da Petrobras resultando em uma alta de R$ 0,12 por litro para gasolina na bomba”, diz Bonifácio.

Por Leonardo Gottems

 

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