Koppert, de insumos biológicos, define novos passos de sua expansão no Brasil

Koppert, de insumos biológicos, define novos passos de sua expansão no Brasil

Nos próximos três anos, a Koppert do Brasil, subsidiária da holandesa Koppert Biological System, pretende inaugurar mais três fábricas de insumos biológicos no país. As unidades integram o programa de investimentos de R$ 700 milhões que a companhia anunciou no início deste mês.

O plano inclui uma unidade de formulação líquida, uma de sólidos e outra de nematoides entomopatogênicos, que serão instaladas em terrenos em Piracicaba ou Charqueada, ambas cidades do interior de São Paulo. A companhia ainda não comprou as áreas.

Ontem, a Koppert inaugurou uma unidade de formulações microbiológicas no complexo de Charqueada, onde ela já produz vespas e outros biodefensivos. O investimento foi de R$ 70 milhões. “Já programamos a expansão dessa unidade, na qual devemos empregar outros R$ 70 milhões”, contou ao Valor Danilo Pedrazzoli, diretor industrial da companhia.

Capacidade instalada
Com essa fábrica, a capacidade instalada da Koppert passará a ser de 300 toneladas ao dia, 15 vezes maior que o atual. “Não usaremos tudo agora, mas estamos preparados para o crescimento dos próximos cinco anos”, disse ele. Ao fim desse intervalo, a Koppert prevê atender de 10 milhões a 20 milhões de hectares agricultáveis.

A empresa fará metade do investimento com recursos próprios e o restante com financiamento de um pool de bancos liderado pelo Rabobank, que já atende a Koppert em escala global. A negociação será concluída em novembro, diz o executivo. Ele não deu detalhes do custo financeiro dos empréstimos.

Pedrazzoli negou que a companhia tenha planos de fechar a unidade que tem na Argentina, como declarou a prefeitura de Charqueda neste mês. “Não há essa intenção de forma alguma”, disse. “Queremos expandir mercado e produção, e não o contrário”.

Crescimento dos biológicos
Os planos da Koppert refletem o forte crescimento, de 15% ao ano, do mercado de biológicos no Brasil e no Cone Sul (Argentina, Paraguai e Uruguai). Segundo a CropLife, associação que representa o setor de insumos, o segmento de defensivos biológicos movimenta R$ 1,8 bilhão por ano (a Koppert diz ter 22% desse setor) no Brasil e deverá chegar a R$ 3,7 bilhões em 2030.

Neste ano, a receita da empresa deve dobrar, chegando a R$ 800 milhões. A subsidiária brasileira responde por 25% da receita global do grupo, que prevê faturar € 400 milhões em 2022.

 

Valor Econômico