LIXO - Por Claudio Belodi

Reedição: As leis são feitas por ignorantes e interpretadas por idiotas.
 
O Brasil pode, literalmente, ser chamado o país do lixo.
Pelo lixo é possível medir o grau de evolução civilizacional do povo.
Temos muitos lixões no país.
          O lixo da educação – talvez seja por esse que se origina todos os demais.
  • O lixo da saúde – esse obstina às pessoas quererem tudo gratuitamente, mesmo sonegando impostos.
  • O lixo da segurança – não por ela em si, mas por todos que querem cometer ilícitos livremente e sem nenhuma punição. Nossa insegurança é tão grande que o cidadão de bem está acuado, recluso da vida para não dar sopa a marginais que roubam e matam por bijouterias.
  • O lixo político – sem comentários. Conclua o leitor pelo número de comentários diários na imprensa. O político se julga superior e não servidor.
  • O lixo da justiça – essa que deveria honrar seu próprio símbolo de equilíbrio é um antro de negociatas. E a justiça do trabalho é certamente a que mais contribui para a pobreza do país, fincada em entendimentos medíocres, muito afastados das realidades do trabalhismo moderno.
  • O lixo da república – surgida do lixo do império, mantém-se como abrigo de malfeitores sociais até nossos dias.
  • O lixo partidário – sem princípios, agrupam a prostituição da venda do corpo e da alma, obstinados pelo dinheiro do alheio.
  • O lixo das ONGs – imiscuem-se ao lixo partidário. São ativistas (desocupados) pensando em faturar, principalmente, com o dinheiro do governo (que é nosso).
  • O lixo do funcionalismo público – auxiliam a produzir leis e regulamentos complexos para serem lenientes, pensando apenas na estabilidade do emprego. Sobre eles não há controle algum. E o cidadão paga a conta pelos abusos e displicências.
  • O lixo – quanto aos resíduos produzidos pelos cidadãos estes resumem as convenções sociais, educacionais, saúde e segurança que conquistam pela sua conduta.
Há menos de um mês o Congresso Nacional busca novo prazo para extinguir os lixões. Em 2010 foi aprovado um plano fixando data para resolver a disposição dos resíduos. Aos ignorantes congressistas, se não derem condições para transformação econômica do lixo, não haverá método, nem por obrigação divina, que resolverá a questão.
Primeiro que os lobistas dos sagrados interesses de disposição do lixo da forma que é feita, e estão confortáveis com ela, lutarão junto a políticos ladroativos para manterem o status enquanto puderem e, segundo, que esses empresários do lixo poderiam ter muito mais proveito econômico se dessem um viés nos seus conceitos empresariais.
O Estado obriga e multa a iniciativa privada, enquanto o poder público faz pouco caso do assunto, o que nos leva a tecer as expressões dos diversos lixos do país.
Com isso, a lei que criou o Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi pro lixo e o Ministério do Meio Ambiente pouco se lixou.