Lucro do CTC cresceu 53% no primeiro trimestre da safra, para R$ 33 milhões

Lucro do CTC cresceu 53% no primeiro trimestre da safra, para R$ 33 milhões

Ebitda da empresa aumentou 42,2%, para R$ 44 milhões, e a receita líquida 11,8%, a R$ 87,3 milhões

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) registrou lucro líquido de R$ 33 milhões no primeiro trimestre da safra 2023/24, conforme balanço financeiro divulgado nesta segunda-feira (14/8). O resultado foi 53% maior do que o do mesmo período da temporada passada.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 42,2% na mesma comparação, para R$ 44 milhões. Já a receita líquida aumentou 11,8%, para R$ 87,3 milhões.

Um dos principais elementos do bom desempenho da empresa de biotecnologia e genética da cana foi o encerramento de um efeito negativo, a proteção das variedades mais antigas do portfólio que expirou. Esse fator havia pesado sobre a receita na safra anterior.

Além disso, a melhora do mix de produtos, com a comercialização de variedades de valor agregado maior, e a retomada da trajetória de expansão de variedades elite e geneticamente modificadas também ajudaram a engordar o resultado e torná-lo "substancialmente mais positivo", na avaliação da companhia.

O avanço no desenvolvimento do projeto Sementes, de criação de sementes comerciais de cana, ajudou a aumentar os investimentos e despesas de pesquisa e desenvolvimento, que cresceram 5% no trimestre, para R$ 42,4 milhões.

Denise Francisco, diretora financeira e de relações com investidores do CTC, disse à Globo Rural que a empresa vai começar em 2023 a fazer a experimentação das sementes a campo, em lavouras de quatro usinas selecionadas. "Os resultados deste ano serão muito importantes. Estamos otimistas de que nos próximos dois ou três anos teremos a semente no mercado", estimou.

A executiva explicou que, com a chegada das sementes, a renovação dos canaviais ficará muito mais fácil e terá menos custos. O projeto é pioneiro no mundo.

"O ciclo de vida [da cana] é de cinco a seis cortes. Agora, a gente consegue reduzir para três a quatro anos. Com isso, vamos ter um canavial mais jovem, aproveitando a eficiência", comentou. Ela ressaltou ainda que as sementes também melhoram o sistema fitossanitário, já que o carregamento de doenças diminui.

Perspectivas
Sobre a safra 2023/24, que tem perspectivas de clima positivas, após problemas nos dois anos anteriores, Denise enfatizou que a produtividade está muito boa nas lavouras. Soma-se a isso o momento de preços atrativos para o açúcar nas exportações, e o resultado deve se refletir em mais rentabilidade para as usinas. Como consequência, os investimentos das usinas em genética e melhora de produtividade também podem beneficiar o CTC.

Nesse contexto, e com a importância cada vez maior que tem sido atribuída ao uso de tecnologia no setor, a executiva acredita que nos próximos dois anos o mercado apresentará oportunidades para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa.

 

Globo Rural