Margem negativa na cana deve gerar perda de área para soja em 2023/24

Os produtores que fornecem cana para as usinas estão enfrentando margens negativas na atividade e podem destinar parte de suas áreas de cultivo para grãos na próxima safra. Foi o que afirmou Plinio Nastari, presidente da consultoria Datagro, durante a 22ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol.

Segundo ele, a diferença entre ganhos e custos com o cultivo de cana está negativo em 9,1%, enquanto a soja está oferecendo uma margem líquida positiva de 7,8%.

O prejuízo com a cana está sendo provocado pela queda dos preços do etanol, que compõem a remuneração das usinas ao produtor, enquanto os custos de produção seguem elevados. Segundo a Datagro, o custo para a produção da cana no CentroSul está em R$ 183,70 por tonelada.

"Estamos prevendo que, para 2023/24, vamos ter uma redução adicional na área cultivada [com cana] de 1,8%", afirmou Nastari.

Apesar da retração da área, a consultoria projeta um aumento na moagem de cana da próxima safra, impulsionada pela recuperação da produtividade. A expectativa inicial é de que o volume a ser processado fique entre 575 milhões e 590 milhões de toneladas. Para a safra atual, o Centro-Sul deve concluir a temporada com 542 milhões de toneladas, segundo a estimativa mais recente da Datagro.

 

Valor Econômico