Ministra Kátia Abreu tenta movimentar a Agricultura – Por Paulo Costa

Ministra Kátia Abreu tenta movimentar a Agricultura – Por Paulo Costa

Entre todas as nomeações ministeriais feitas pela Presidente Dilma Rousseff certamente a que mais agrediu aos paradigmas estabelecidos pela filosofia lulo-petista foi a da Senadora Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Senadora pelo PMDB/TO, Kátia Abreu é pecuarista, tendo ingressado na política e passado largos anos no PFL, depois convertido em DEM. Por este partido foi a primeira mulher a liderar a bancada ruralista na Câmara dos Deputados. Foi Presidente da poderosa Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Acusada de defensora dos latifúndios, contrária ao MST, com rusgas fenomenais com ambientalistas, em particular os contrários aos desmatamentos na Amazônia e no Cerrado, tem “nada a ver” com as normas do PT. O próprio PMDB, partido ao qual agora pertence, alega que sua nomeação está na “quota” da Presidente Dilma, a quem aconselhou em questões agrícolas durante a campanha presidencial.


O MAPA tem, historicamente, grandes dificuldades de impor suas pretensões. Subordinado aos limites impostos pelos Ministérios da Fazenda e Planejamento e tendo que dividir suas responsabilidades com outras pastas como o Ministério do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, do Transporte e a Casa Civil, acaba por fazer da mais importante atividade econômica do Brasil, o agronegócio, estar sujeita a um Ministério com limitado “poder de fogo”.


No entanto, suas primeiras movimentações no Ministério trazem um alento a quem sempre olhou a pasta como de “segunda linha”. Em recente manifestação Kátia Abreu diz que vai se concentrar inicialmente em apoiar as exportações do agro cortando a burocracia que tanto emperra o setor. Também vai procurar, diz ela, implementar protoc0los e certificações internacionais de nossos produtos da pauta de exportação, evitando embargos que surgem frequentemente, tanto em vendas de carnes como de soja e subprodutos produzidos por sementes geneticamente modificadas.


Vamos acompanhar de perto seus trabalhos. O Presidente Lula já tentou colocar no Ministério da Agricultura a mais brilhante cabeça pensante do agronegócio de nossos dias, Roberto Rodrigues. Resistiu heroicamente por três anos e meio nesta função (2003-06) mas capitulou ante a impossibilidade de dar andamento a suas políticas por conflitos com outros Ministérios, apesar de sua personalidade afável e profundo conhecimento do setor como um todo. Com a controversa Ministra Kátia Abreu espera o setor uma melhor sorte