Mulher de Lula comprou barco e pediu entrega em sítio de Atibaia, aquele que “naõ é” do Apedeuta… - Por Reinaldo Azevedo
Uma compra feita pela ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva confirma a proximidade entre o ex-presidente Lula e o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cuja existência foi revelada por VEJA em abril do ano passado e que ontem Lula admitiu frequentar com a família “em dias de descanso”. Segundo informações publicadas hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, Marisa comprou um barco em 2013 e deu como endereço de entrega aos vendedores o sítio na cidade do interior paulista.
O barco Squalus 600, modelo de seis metros de comprimento e sem motor da marca Levefort, foi comprado na loja Miami Náutica, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, por 4.126 reais, como mostra a nota fiscal e nome de Marisa obtida e publicada pelo jornal. A escritura de posse do sítio Santa Bárbara está em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar – ambos sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente. Suassuna e Bittar compraram o sítio em agosto de 2010, quatro meses antes de Lula deixar o cargo. Pagaram 1,5 milhão de reais pela propriedade.
Amigos e políticos, contudo, identificam o local como sendo do ex-presidente. VEJA revelou que, a pedido do próprio Lula, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro fez uma ampla reforma no local. A empreiteira é acusada pela Operação Lava Jato de ter desviado 6 bilhões de reais dos cofres da Petrobras.
O caminhoneiro José dos Reis, que fez a entrega do barco comprado por Marisa Letícia, relatou à Folha de S. Paulo que reconhecera o nome da ex-primeira-dama na nota fiscal. Ao questionar um funcionário do sítio conhecido como “Baiano” se o barco se destinava à mulher de Lula, Reis teria ouvido que sim, mas que não deveria “falar nada para ninguém”. Reportagem publicada ontem pela Folha de S. Paulo envolve mais uma empreiteira na reforma do sítio usado pelos Lula da Silva. A ex-dona de uma loja de materiais de construção e um prestador de serviço afirmam que a Odebrecht gastou cerca de 500.000 reais só em materiais para as obras.
À época da reforma, que teve início no fim de 2010, Patrícia era proprietária do Depósito Dias, loja que forneceu produtos para a reforma. “A gente diluía esse valor total em notas para várias empresas, mas para mim todas elas eram Odebrecht”, disse Patrícia, que também admitiu ter comercializado parte dos materiais sem registro fiscal.
Reinaldo Azevedo, colunista da Veja