O desempenho da bioeletricidade no primeiro semestre de 2020 - Por Zilmar de Souza

O desempenho da bioeletricidade no primeiro semestre de 2020 - Por Zilmar de Souza

De janeiro a junho de 2020, o Estado que mais gerou bioeletricidade para a rede foi São Paulo (4.702 GWh), responsável por 43% do total de geração no período

A oferta de bioeletricidade em geral para o sistema nacional foi de 14.266 GWh de janeiro a julho deste ano, representando um aumento de 7% em relação a igual período em 2019. Volume equivalente a atender 8,5% do consumo industrial de energia elétrica do país em 2019.

Apenas no mês de julho/20, a bioeletricidade ofertada para a rede foi de 3.337 GWh, crescimento de 4% comparando com o mesmo período de 2019. Essa geração renovável foi mais que 7 vezes superior à geração pelo carvão mineral no último mês e 1,6 vez superior à geração total pelas térmicas a gás e 747 vezes superior à geração pelas térmicas a óleo.

De janeiro a junho deste ano, 87% do total da geração pela fonte bioeletricidade em geral para a rede esteve concentrada em apenas cinco Estados da Federação: São Paulo (41%), Mato Grosso do Sul (17%), Minas Gerais (11%), Paraná (9%) e Goiás (8%). Todos esses Estados ficam na chamada Região Centro-Sul sucroenergética.

De janeiro a junho de 2020, o Estado que mais gerou bioeletricidade para a rede foi São Paulo (4.702 GWh), responsável por 43% do total de geração no período. A bioeletricidade para a rede pelo ESP cresceu 10% de janeiro a junho de 2020 em relação a igual período em 2019, sendo equivalente a atender 5,3% do consumo industrial de energia elétrica da Região Sudeste em 2019.

De janeiro a junho de 2020, a bioeletricidade ofertada para a rede pelo setor sucroenergético foi 8.399 GWh (alta de 5% entre janeiro e junho de 2019 e 2020), representando 77% da geração da bioeletricidade em geral no período.  Estima-se que essa energia renovável de 8.399 GWh tenha evitado a emissão de 2,8 milhões de toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 20 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. 

Dos 8.399 GWh gerados pelo setor sucroenergético para a rede, entre janeiro e junho deste ano, 64% foram ofertados em maio e junho, meses que compõem o período seco para o setor elétrico brasileiro. Trata-se de uma geração equivalente a ter poupado 6% da energia armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro. 

Em capacidade instalada de geração, atualmente outorgada pela ANEEL, o Brasil detém 174.705 MW. A biomassa em geral representa 9% da matriz elétrica brasileira, com 15.294 MW instalados (mais do que uma Itaipu), ocupando a 4ª posição na matriz, atrás das fontes hídrica, eólica e gás natural.

Com referência à bioeletricidade da cana, o setor sucroenergético tem 406 usinas termelétricas (UTEs) em operação comercial, detendo hoje 11.659 MW, superando a capacidade instalada na usina Belo Monte (que é 11.233 MW). O setor sucroenergético representa em torno de 7% da potência outorgada no Brasil e 76% da fonte biomassa em geral.

Somente cinco Estados detêm quase 90% da capacidade instalada pela fonte biomassa no setor sucroenergético: São Paulo detém 51% da capacidade instalada com 204 UTEs, seguido por Goiás (12% da capacidade instalada) com 32 UTEs, Minas Gerais (12%) com 45 UTEs, Mato Grosso do Sul (9%) com 23 UTES e Paraná (4%) com 27 UTEs.

Zilmar de Souza – Gerente de Bioeletricidade da União da Indústria da Cana-de-Açúcar