O etanol tem futuro - Por Mário Campos

O aquecimento global é uma realidade que tem implicado numa série de medidas tomadas pelos países para redução das emissões de gases do efeito estufa, principalmente, por aqueles que assinaram o chamado Acordo de Paris, do qual o Brasil faz parte. Porém, a atitude de cada um impacta e faz a diferença quando a intenção é proteger o meio ambiente, a própria saúde, as futuras gerações e ainda ter uma significativa economia para o bolso.

É neste contexto que entra o etanol, disponibilizado na bomba de Norte a Sul do país como hidratado, e adicionado em 27% à gasolina como o anidro, com uma produção em Minas Gerais prevista para este ano de 3,4 bilhões de litros, a maior da história. Esse combustível limpo e renovável proveniente da cana-de-açúcar é cientificamente comprovado como menor emissor de gases do efeito estufa na comparação com a gasolina, o que o eleva à condição de uns melhores combustíveis do mundo para a mobilidade urbana atual e futura e na grande contribuição para a redução da poluição.

O transporte é um dos segmentos que mais emitem gases de efeito estufa e, seja para economizar ou com maior consciência ambiental, os brasileiros, ao usarem etanol, podem ser destacados como os consumidores que mais têm se engajado na luta contra o aquecimento global. Nos últimos um ano e meio, o consumo de etanol hidratado em Minas Gerais, por exemplo, tem batido recordes.

O ano passado os mineiros consumiram 2,5 bilhões de litros de etanol hidratado frente aos 1,5 bilhão de 2017, crescimento de 69%. Este ano até junho, o consumo já alcançou 1,5 bilhão de litros, alta de 52% na comparação com os 980 milhões no mesmo período de 2018. A economia auferida pelo consumidor ao abastecer com etanol nos últimos 18 meses em Minas Gerais foi de R$ 1 bilhão, só foi possível devido a existência do carro flex, que dá ao consumidor a opção da escolha do combustível no momento do abastecimento.

Já um outro fator não menos importante foi auferido em benefício do meio ambiente e da saúde pública, se levarmos em conta o consumo de etanol hidratado mais anidro pelos brasileiros, desde o lançamento dos carros flex, em 2003 no Brasil. Em 15 anos, até 2018, a redução das emissões de gases do efeito estufa foi de 535 milhões de toneladas de CO2eq. Para atingir este volume, seria necessário plantar quase quatro bilhões de árvores e mantê-las por 20 anos.

Grandes planos já estão sendo criados para que o país possa aproveitar ainda mais os benefícios dessa tecnologia limpa que são o Programa Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e o lançamento no país do primeiro carro híbrido flex do mundo que poderá ser abastecido com etanol. O RenovaBio entra em funcionamento no início de 2020 como uma das maiores ações do mundo de descarbonização do transporte, visando o aumento da produção e consumo do etanol. Já o primeiro carro híbrido (junção do motor a combustão com o elétrico) já está sendo chamado de "o híbrido mais limpo do planeta".

O etanol tem, portanto, todas as condições de inserção nas transformações pelas quais passa a mobilidade veicular mundial. Estará presente no desenvolvimento de carros que geram uma economia para o consumidor, não prejudicam o meio ambiente e possibilitam uma melhor qualidade do ar nas grandes cidades. Além de contribuir para a redução do aquecimento global. É o Brasil mostrando ao mundo como podemos fazer o verdadeiro desenvolvimento sustentável!

Mario Campos é Presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de MG - SIAMIG