No editorial do Estadão do dia 06, o espectro da crise hídrica, vimos que “as mudanças climáticas estão deteriorando as condições hidrológicas brasileiras. Períodos de secas mais severos, fluxo das represas de hidrelétricas abaixo da média registrada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), em quase 90 anos”. E isso trouxe um aumento da tarifa média da energia em 105,2%, desde 2013 perante uma inflação de 47,7%.
Parques eólicos e solares são apontados como opções, onde hoje significam apenas 12%, podendo crescer muito. Mas há uma revolução econômica gigantesca com a nova lei do gás, que precisa ser sancionada urgentemente pelo presidente da República, o mais “clean dos fósseis“. O gás natural fica aberto para a iniciativa privada do mundo investir e explorar no Brasil.
Estima-se investimentos iniciais na casa de R$ 60 bilhões. E o gás natural, uma riqueza abundante no país, ainda gasosa e escondida no pré-sal, será materializado em riquezas como a energia barata e abundante, além de gerar matéria prima fundamental para os fertilizantes, a amônia, isso vira ureia agrícola, pecuária, vira alimento.
Ao mesmo tempo, uma outra riqueza totalmente sustentável, o biogás, potencial onde atingimos apenas 2% da possibilidade no país através de biodigestores utilizando resíduos agrícolas e pecuários em todas as propriedades rurais do Brasil. Vem aí outra iniciativa sensacional.
O projeto GEF Biogás Brasil, que objetiva integrar o biogás na cadeia produtiva brasileira, com benefícios econômicos, sociais, com redução de emissão de gases poluentes de efeito estufa na atmosfera. Isso vai aprimorar o desempenho ambiental do agronegócio, além de dar independência de energia elétrica aos produtores bem como produzir fertilizantes ricos para a lavoura e inclusão da produção de alimentos do Brasil na moderna bioeconomia.
Este projeto é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). São parceiras no projeto o Sebrae, ABiogás e Embrapa. E o Comitê Diretor do projeto envolve o CIBiogás, Itaipu Binacional, Ministério das Minas e Energia (MME); Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Esse projeto tem recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF – Global Environment Facility). Serão construídas unidades demonstrativas de projetos de plantas de biogás. Estão abertas as propostas de empresas, onde o objetivo será criar 4 unidades demonstrativas no sul do país para geração de energia elétrica a partir do biogás, produção e uso de biometano, valorização do digestato, aproveitamento energético para abastecimento de um circuito fechado em ligações térmicas, elétricas ou de mobilidade. As propostas podem ser enviadas até o dia 30/4/2021.
Para o email office.Brazil@unido.org
Informações no site www.gefbiogas.org.br
O gás natural para o país e o biogás para cada propriedade rural do país significam uma revolução de importância vital para a próxima década a partir de 2021, numa necessária reinicialização econômica do país, ainda mergulhado no sofrimento da pandemia. E ainda curiosamente em Israel foi criada a Homebiogas, onde os resíduos orgânicos da casa, esterco animal e fezes caninas podem virar energia renovável.
A MWM Geradores participa com alto índice de nacionalização e tropicalização nos seus equipamentos e apóia a iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.
José Luiz Tejon para o Canal Rural.
*José Luiz Tejon é jornalista, publicitário, professor convidado CEAG FGV/PENSA/FEA-USP/INSPER/Fundação Dom Cabral. Coordenador acadêmico do programa FAM – Food & Agribusiness Management na Audencia Business School de Nantes, na França. Professor coordenador do Agribusiness Center da FECAP – São Paulo. Doutor em Educação pela UDE/Uruguai, mestre em Educação, Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, com especializações em Harvard, Pace University, MIT e INSEAD nas áreas de Marketing, Vendas, New Mídia, Agribusiness e Liderança.