Petrobras diminui o preço da gasolina? - Paulo Costa

Petrobras diminui o preço da gasolina? - Paulo Costa

A vida não anda fácil para a Petrobras e vamos falar apenas do seu aspecto como reguladora dos preços de combustíveis. O fato é que o timing da empresa nunca foi bom na questão de estabelecer os valores que balizam o mercado, particularmente nos casos da gasolina (por consequência natural do etanol combustível) e do óleo diesel.

Refém que é de incontáveis senhores (Ministério das Minas e Energia, do Planejamento, da Fazenda, da Presidente Dilma) está constantemente em uma situação, como agora, de “se ficar o bicho pega, se correr…”. A queda abrupta dos preços internacionais do petróleo, associada à sua precária situação financeira-econômica, a induzem a manter os preços referenciais nos patamares em que estão. Mas um início de ano que antecipa grandes dificuldades – tanto no controle da inflação como principalmente nos níveis de crescimento da economia – sugere que a Petrobras diminua os preços com evidentes reflexos nos dois problemas centrais da economia.


Aí entra o setor sucroalcooleiro falando da incoerência comprovada desta medida e seus efeitos asfixiantes para um segmento da economia do agronegócio que já se encontra no purgatório. Por outro lado ainda, na sanha tributarista da nova equipe econômica, surge a proposta da volta da CIDE em caso de uma eventual baixa dos preços.


Isto é o que resulta da falta de uma política transparente na empresa. Se conhecemos bem nosso País e nossos governantes, uma mudança radical na Petrobras só aconteceria com sua privatização, o que é “carta fora do baralho”, tamanhas as dificuldades existentes no atual momento de turbulência extrema por que passa (queda do valor de mercado, incógnita absoluta sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato – inclusive nos EUA, inviabilidade financeira do pré sal) 

 
Paulo Costa é consultor em agronegócios e bioenergia.