Produtividade: o melhor caminho para a redução de custos - Por Dib Nunes Jr.

Produtividade: o melhor caminho para a redução de custos - Por Dib Nunes Jr.

É possível sim melhorar as produtividades agrícolas para reduzir os custos de produção de cana-de-açúcar. Pesquisas realizadas pelo IDEA mostraram que, em 2015, os custos de produção de matéria-prima, apesar de uma inflação pelo IPCA de 10%, não subiram na mesma proporção.

O que realmente ocorreu? Qual é a explicação para esta boa notícia?

Primeiramente salienta-se que a produtividade de cana por hectare melhorou em 13,4% na principal região canavieira, saindo de 73,2 t/ha em 2014 para 83,7 t/ha na safra 2015.

 

Fonte: IDEA

Com a melhora das produtividades ocorreram também ganhos significativos nos rendimentos da colheita mecanizada que se reduziram 2,8%, apesar da alta nos preços do diesel e da mão de obra de operadores e motoristas. Mesmo com o aumento nos custos do transporte de cana, os demais itens foram beneficiados pelo aumento dos rendimentos das máquinas na colheita.

Fonte: IDEA



Figura1 Distribuição dos custos de colheita de cana em 2015/16 - Fonte: IDEA


Os custos de arrendamento também ficaram mais comportados, pois pararam de subir e agora mostram uma tendência clara de recuo, pois as usinas estão renegociando os valores pagos nos próximos vencimentos dos contratos.
Sabe-se que quando as produtividades sobem, os custos de produção descem. O setor tem condições de atingir médias acima de 90 t/ha, tendo em vista as melhorias tecnológicas que surgiram nos últimos anos e a mitigação de perdas que estão ocorrendo permanentemente.


Figura 2 - Custos de produção de cana-de-açúcar em função da produtividade em 2015/16 - Fonte: IDEA

Muitos dos ganhos possíveis dependem de mudanças de procedimentos, da boa gestão de recursos e da adoção de tecnologias nem sempre novas. Há muitas práticas que podem contribuir para reduzir custos, que são apresentados na tabela a seguir.


Os índices de ganhos esperados por correções de erros administrativos, baseados na qualidade, apontam para ganhos que podem alcançar 70% sobre a produtividades atuais. É claro que a porcentagem de ganho dependerá de um bom diagnóstico da situação de cada empresa a pode ser maior ou menor do que os valores apontados. Estes ganhos possíveis também podem representar perdas proporcionais aos níveis de tecnologia empregado nas usinas e produtores, caso estejam sendo praticados apenas parcialmente.

O certo é que há muito espaço para ganhos e consequentemente, redução dos custos de produção de cana-de-açúcar.