Após 90 dias estamos reagindo de modo menos racional e lógico, haja vista que nossos treinamentos e experiências não previram que passaríamos por isso tudo, entendo que diante do desconhecimento e associado à combinação fatal, ficamos mais emocionais, mas de certa forma isso é bom e natural.
De forma pessoal e diante do que nos é apresentado dia a dia devemos considerar, eventualmente parar de vestir a carapaça estereotipada de super-homens insensíveis e racionais.
Anteriormente à pandemia, já vivíamos explosiva e latente situação de insatisfação geral. Observamos adeterioração das relações humanas. Acompanhamos as migrações desesperadas de latinos para os USA; dos africanos e árabes pobres para a Europa; dos sérvios e croatas, dos periféricos da extinta URSS.
Quinhentos e cinquenta milhões de chineses têm renda per capita de mais de USD 20,000.00 enquanto outros setecentos e cinquenta milhões possuem renda de USD 2,000.00 e atualmente com a facilidade das comunicações através dos smartphones, de que maneira se equilibrarão os comunistas que estão no poder sem a devida e almejada igualdade social?
Com a economia extrapolada pela banalização da vida, relacionamentos familiares foram desestruturados, ambiente agravado pela quase imperceptível entrada na era quântica de comunicações, das relações de trabalho e formas de agir, que chamamos de Inteligência Artificial sinalizando inexoravelmente à nova tendência de que não tendo sido evidenciada ou aceita no íntimo da maioria das pessoas, formaram-se movimentos de estresse político-social aqui e acolá, assim vivenciamos um longo período de desastres e grandes perdas antes mesmo do surgimento do COVID19, no qual veio acelerar e impor o que, por consequência, será um mundo diferente e novo.
Vamos resgatar valores e princípios atávicos relegados ao cantinho escuro nos nossos superegos e ID, tais como: convivência social e familiar, valorizando um novo relacionamento humano, mais sadio, solidário e integrado. Do atual cenário vislumbra-se o caminho a escolher, devendo soçobrar aqueles que não o assimilarem, visto que não haverá outra alternativa a não ser entendermos o contexto aproando nossas vidas, e os negócios aos rumos novos desta tendência e fatos.
Ao contrário do que alguns apregoaram e queriam se iludir, os brasileiros se revelaram: não estamos naquela especial ilha da fantasia, não somos melhores, tampouco mais importantes do que os outros, muito menos salvadores do mundo; no contexto global inicial, somos o elo fraco desta corrente. Temos uma enormidade de ajustes e correções a fazer, somos muitos, porém atrasados, nossas condições econômico-financeira e cultural estão aquém daquelas de outros países. No campo econômico-financeiro certamente vamos levar mais de ano para respirar os ares da nova era, e, no lado dos relacionamentos capital-trabalho esse tempo será um pouco maior.
As classes oprimidas e mantidas à margem, já não se calam mais, os perseguidos, excluídos e prejudicados não se ocultam, temos visto nos recentes protestos pelo mundo afora.
As reações serão mais do que proporcionais aos fatos, pois mola presa muito tempo, quando se expande é rápida e violenta. Tudo a partir de uma grave recessão e retração, base menor a restringir a demanda por bens e serviços, porém a forçada inclusão social dará existência a essa multidão menosprezada, criando mercado de trabalho e consumo mais básicos e simples. Consumir por consumir sairá de moda, morar perto do trabalho, atuar mais no coletivo com colegas de empresas, ou vizinhos do bairro. Não retrocederemos aos níveis anteriores, quer seja em volume, tampouco na mesma composição.
Na Economia a recuperação ocorrerá através dos ajustes aos novos níveis e parâmetros assim decorrentes desta tendência. Não será mais possível agir como outrora. Entender que mundo novo é esse, será primordial para nos prepararmos e adaptarmos para o que vem por aí. Porque uma coisa é certa: no mundo nada será como antes.
Essa não é a luta particular de um segmento ou país, mas de toda a humanidade. Como pessoa que crê em Deus estou certo de que tudo terá solução e esta será boa para todos aqueles que entendem e aceitam os fatos, para aqueles que vislumbram fazer do momento caótico em que o mundo passa, um caminho de oportunidades, algo como: siga o curso do caminho aberto à sua frente, não o enfrente. Sejamos mais humanos, generosos, emotivos, sensíveis e vamos aceitar que temos medo sim, que ficamos temerários de sermos contaminados por um vírus minúsculo, mas com poder arrasador, receosos de um futuro incerto, tristes e sofridos por constatar que somos o epicentro mundial de uma pandemia e pandemônio com mais de mais 1200 mortos por dia! O País está em segundo lugar e a caminho de ser o primeiro em número de mortos e contaminados. Superficiais, vamos ter que quebrar a cara para enxergarmos a realidade. As opções deste caminho cada qual fará a própria escolha, tanto para vida pessoal quanto a dos negócios.
A realidade e emoções são duras demais e nós não estávamos preparados, desta feita, quem se não nós próprios pagaremos nossas contas ou assumiremos nossas quotas-parte? Juntos, solidários, partícipes e no mesmo diapasão, estou certo de que nos sairemos bem e, se a isso nos propusermos, muito melhores do que entramos, visto que, fatalmente muitos não conseguirão sobreviver, criar-se-á possibilidade de espaço aos que se posicionarem desde já no caminho dos vencedores.
No campo da Inteligência Emocional ficaremos uns mais, outros menos afetados e preocupados pela situação e meio ambiente criados.
Dirijo-me diariamente a gregos e troianos no intuito de compartilhar a visão pessoal daquilo que entendo e assimilo como algo positivo e proativo, não esmorecendo ou acomodando. Mudanças do vento, alteraram o rumo das ondas.
Tenham confiança! À pergunta sobre o que fará nos próximos noventa dias, a dica é: pense, planeje e faça! Reposicione-se agora para sair-se bem dentro de um ano, no máximo dois. Riscos e oportunidades à mão, o caminho que cada qual deverá tomar, é opção de cada um. Ousem!
Medo é um sentimento destruidor e terrível, porém existe, está presente em todos nós. Engolir lágrimas não afoga o choro da alma. Como não sabemos como será o instante seguinte, vamos aproveitar cada minuto e fazer aquilo que mais gostamos, tais como: recuperar e desfrutar os relacionamentos pessoais e profissionais, proteger e curtir mais a família, demonstrar afeição e cuidar melhor daqueles que prezamos, estando perto ou distante, ser mais tolerante, ou seja, dar vazão a sentimentos dantes amordaçados e ir atrás da felicidade, que pode estar sim, ao alcance das mãos daquele que acredita.
Atitudes e aceitação de ajustes e posturas são as ferramentas necessárias para nos conduzir na estrada do sucesso e na reorganização de uma sociedade mais justa. Que haja menos iniquidades e maior inserção social para grande parte da população, cujos governos populistas bolivarianos condenaram ao ostracismo pela manipulação vil do tal socialismo irresponsável.
Somos responsáveis pelas nossas escolhas, entretanto, por conveniência, optamos por escolher aquilo que nos parece mais fácil, porém há que se ter mais clareza e dar voz ao que acreditamos dentro dos nossos princípios e convicções, afinal não se prevaricam com eles. Esses vinte anos perdidos falam por si, foram-se. Jamais poderão ser recuperados. Então já que, o que passou não volta mais, resta-nos construir e direcionar o futuro no rumo certo em busca da eficiência, produtividade, desenvolvimento, educação e cultura. Não existe Progresso sem Ordem e vice-versa. Confiem em si. Confiem em Deus!
Tenham por certo de que hesitei escrevê-lo. Há o sentimento redundante que contraria a verdade e a realidade dos fatos com a liberação paulatina do isolamento social e a retomada lenta da economia, de que tudo se resolveria. Ledo engano! Longe de solucionar este gigante imbróglio, salientado por problema econômico com milhões de desempregados e estopim do caos social que representa, forçou essa saída. O obstáculo evidenciado agora pode ser tratado. Não se resolve o que não se compreende, neste caso vamos tratar de bem absorver o que nos está sendo apresentado.
E como último lembrete: ao sair na chuva devemos nos proteger, considerando que não somos impermeáveis.
Antônio Iafelice – GLIESE AG ZUG, Switzerland e Brasil