Quarto ano de negociações dos CBIOs na Bolsa - Por Paulo Costa

Quarto ano de negociações dos CBIOs na Bolsa - Por Paulo Costa

Completamos o quarto ano de negociações dos créditos de descarbonização (CBIOs) na bolsa de valores brasileira (B3). Desde 2020, os CBIOs são ofertados no ambiente de balcão eletrônico da B3 pelos produtores de biocombustíveis certificados aos investidores pessoa física, fundos de investimento, especuladores não residentes e grandes companhias que reconhecem no CBIO a capacidade de abater suas emissões de carbono.

O fechamento de mais um ano é digno de uma grande comemoração, já que os CBIOs são os créditos de carbono de deram certo! 

Sucesso comprovado no processo de emissão, escrituração, registro, negociação, aposentadoria dos CBIOs e agilidade na comprovação das metas de descarbonização. 

Em 2023, mais de 45 milhões de t de CO2eq foram negociados, gerando uma movimentação financeira acima de 5 bilhões de reais. O mercado de créditos de descarbonização teve um crescimento de 27% na sua movimentação financeira em relação ao ano anterior. Esse incremento se deu, principalmente, pelo aumento da quantidade de CBIOs movimentada em 2023, já que a comprovação das metas de 2022 ocorreram até 30 de setembro de 2023, desestimulando a compra da moeda ambiental em 2022. 

Como curiosidade, vale notar que o preço médio ANUAL realizado em 2023 foi praticamente o mesmo de 2022 (R$113,62 em 2023 e R$111,63 em 2022). O preço médio ANUAL num mercado de tamanha volatilidade não é uma boa métrica de análise, mas vale como curiosidade. 

Mais importante, é informar que 2023 teve uma menor variância em relação ao ano anterior, com preços oscilando entre os extremos: R$148/CBIO e R$84/CBIO. O trader que comprou uma boa quantidade próximo a R$90/CBIO merece um bônus bem elevado. Enquanto o que vendeu boas quantidades a R$140/CBIO merece um bônus ainda maior. 

A cada dia, novos modelos de precificação de CBIOs e analistas de mercado vem se desenvolvendo, gerando inteligência e uma competição profissionalizada nesse mercado. Com a entrada dos fundos de investimento em 2024, a liquidez e a competição tendem a crescer. 

Embora o ano-calendário marque janeiro de 2024, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) se encontra em 2023, já que as metas de 2023 só fecham em 31 de março de 2024.

Vida longa aos CBIOs e ao RenovaBio!

*Paulo Roberto Machado Fernandes Costa - Analista de Infraestrutura e Valores Mobiliários (CNPI) que foi membro da equipe de construção do RenovaBio – Política Nacional de Biocombustíveis, sendo o responsável pela escrituração, registro, negociação e aposentadoria dos CBIOs no mercado financeiro. Desde 2006, atua em Políticas Públicas ligadas ao setor de biocombustíveis.

 

UDOP