Raízen aposta em etanol de 2ª geração para abastecer indústria de biocombustível de aviação

Raízen aposta em etanol de 2ª geração para abastecer indústria de biocombustível de aviação

Empresa tornou-se a primeira a ter, no mundo, etanol certificado pela ISCC CORSIA Plus

No fim de agosto, a produtora de biocombustíveis Raízen obteve uma certificação que atesta que a produção de etanol em seu parque de bioenergia Costa Pinto, em Piracicaba (SP), cumpre os requisitos internacionais para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Com isso, a empresa tornou-se a primeira a ter, no mundo, etanol certificado pela ISCC CORSIA Plus (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation).

O Corsia é um programa da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), agência especializada da ONU dedicada à redução de emissões de CO2 provenientes da indústria de aviação.

Para atender a essa nova linha de produto, a companhia quer aumentar sua aposta no etanol de segunda geração (E2G), segundo Paulo Neves, vice-presidente de Trading da Raízen. Isso permitirá à empresa ampliar a produção de etanol sem a necessidade de aumentar a área de plantio de cana.

“Além de ter uma pegada 80% menor que a gasolina e 30% menor que o etanol comum, o E2G é produzido a partir de resíduos. Com isso, ele não precisa de um hectare adicional de área plantada sequer, não compete com a produção de alimentos, e exerce um papel fundamental na descarbonização”, afirma.

Atualmente, a Raízen produz 3 bilhões de litros de etanol por ano. Com a entrega de 20 plantas até o ano-safra 2030-2031, que receberão um investimento total de R$ 24 bilhões, haverá um acréscimo de capacidade de 1,6 bilhão de litros anuais.

A empresa estima que, em 2030, o consumo global de SAF chegará a cerca de 20 milhões de metros cúbicos por ano. Para atender a essa demanda, a Raízen trabalha na rota Alcohol to Jet (AtJ), que consiste em um processo que converte etanol em SAF.

“Se 25% dessa demanda for atendida por AtJ, haverá aproximadamente 9 milhões de metros cúbicos de demanda adicional de etanol, o que representa cerca de 10% da produção atual”, comenta Neves.


Globo Rural