Raízen desacelera investimentos em biogás para reavaliar estratégia no setor

Raízen desacelera investimentos em biogás para reavaliar estratégia no setor

Focada em uso do biogás para produção de eletricidade e biometano, Raízen cogita uso do gás renovável para biofertilizantes

A Raízen vai desacelerar os investimentos em biogás para reavaliar a estratégia no segmento, disse o CEO da empresa, Ricardo Mussa, nesta terça (15/8).

Uma das alternativas avaliadas é o uso do biogás para a produção de biofertilizantes – estratégia que pode ajudar a reduzir a pegada de carbono da companhia na produção de etanol e elevar os prêmios no fechamento de contratos.

Além disso, projetos de biogás competem com os de etanol de segunda geração, na estratégia de destinação dos resíduos da cana-de-açúcar.

“Decidimos que é necessário desacelerar um pouco a construção de plantas de biogás para compreender qual é a melhor proposta de valor para esse produto”, disse Mussa, durante teleconferência com analistas.

O foco da estratégia do grupo para o biogás, até então, vinha sendo a geração de eletricidade. Segundo o executivo, contudo, a companhia concluiu que esse não deve ser o melhor uso para o produto.

Mussa ressaltou que as operações da empresa no segmento, até agora, são lucrativas, mas que existem outras alternativas que precisam ser avaliadas.

“Vemos essa competição do biogás com o etanol de segunda geração no momento, que é muito mais relevante”, disse Mussa.

O biogás é produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar, como o bagaço, que também podem ser usados para a produção de etanol de segunda geração.

Com a aceleração da transição energética, o interesse pelo etanol de segunda geração tem crescido no mundo, sobretudo devido ao potencial de produção de combustível sustentável de aviação (SAF).

No ano passado, a Raízen chegou a anunciar a intenção de construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroalcooleiras – o que representaria uma capacidade de produção de 3 milhões de m³/dia.

Os investimentos ocorreriam por meio da parceria com a Geo Biogás & Tech. Juntas, as empresas inauguraram em 2020 uma usina de geração elétrica a partir do biogás em Guariba (SP) com 21 MW de capacidade instalada, construída junto à usina Bonfim.

A segunda unidade, em Piracicaba (SP), vai produzir biometano, com capacidade para 26 milhões de m³/ano. Localizada junto ao Bioparque Costa Pinto, a planta está em fase final de construção e deve começar a produzir ainda em setembro.

 

Epbr