Empresa vê potencial para produzir 3 milhões de m3/dia de biogás nas suas 35 usinas de açúcar e etanol
A Raízen, joint venture entre a Cosan e Shell, espera construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroalcooleiras, nos próximos dez anos. A expectativa da companhia é que as plantas sejam capazes de produzir 3 milhões de metros cúbicos diários (m3/dia) do combustível, a partir de resíduos da cana, como a vinhaça e a torta de filtro.
A ideia é viabilizar os projetos por meio da joint venture Raízen Geo Biogás S.A, fruto da parceria entre a empresa do setor de etanol com a Geo Biogás & Tech.
A CEO da Raízen Geo Biogás, Raphaella Gomes, conta que a estratégia da companhia para o biogás está focada na produção de biometano para substituição dos combustíveis fósseis em indústrias e veículos. A empresa espera se aproveitar da proximidade das plantas da Raízen com os gasodutos para facilitar a monetização.
“Temos uma visão clara de substituição de gás natural, diesel e GLP”, afirmou a executiva à agência epbr, durante evento promovido pela Geo Biogás & Tech, esta semana, em Londrina (PR).
Parceria dá 1º passo no biometano
Em abril, a Raízen Geo Biogás anunciou a construção de sua primeira planta dedicada à produção de biometano. Com investimentos de cerca de R$ 300 milhões, a unidade será instalada anexa ao Parque de Bioenergia Costa Pinto, em Piracicaba (SP), onde a Raízen já opera a planta de etanol de segunda geração (2G).
A inauguração da unidade de biometano está prevista para 2023. O empreendimento terá capacidade de produção de 26 milhões m³ do gás natural renovável por ano. O volume será comercializado para a Yara Brasil Fertilizantes e para a Volkswagen do Brasil, em contratos de longo prazo.
Em 2020, a Raízen Geo Biogás negociou a sua primeira termelétrica a biogás num leilão de energia. O empreendimento, localizado em Guariba (SP), é uma das maiores plantas de biogás do mundo, com 21 MW de capacidade instalada.
“Começamos a jornada com energia elétrica e agora estamos olhando para a produção de biometano”, disse Raphaella Gomes.
No ano passado, durante a oferta pública inicial (IPO) da Raízen na B3, a companhia apontou o biogás como estratégia de descarbonização da sua produção de etanol.
A redução da pegada de carbono no ciclo de vida do etanol aumenta a nota de eficiência do Renovabio e, consequentemente, permite a emissão de mais créditos de descarbonização (CBios).
“A pegada de carbono do etanol irá reduzir com a implementação das novas soluções, como o biogás, nos demais parques de bioenergia e com a otimização da cadeia de produção, podendo reduzir em até 40% a pegada de carbono do etanol de segunda geração”, comunicou a Raízen a investidores, na ocasião do IPO.
EPBR