Sem Rlam, Petrobras vende menos diesel

Os desinvestimentos da Petrobras na área de refino tiveram efeitos nos volumes de venda de derivados da estatal no primeiro trimestre deste ano. Ao todo, a companhia vendeu 1,7 milhão de barris por dia (barris/dia) entre janeiro e março de 2022, aumento de 2% em relação a igual período no ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2021, no entanto, o volume representa queda de 8%. De acordo com a estatal, a redução se deve, entre outros fatores, à venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, que passou a ser operada pelo fundo Mubadala em dezembro.

Devido ao desinvestimento, as vendas de diesel da Petrobras no primeiro trimestre ficaram em 716 mil barris/dia, queda de 2,1% na comparação anual. O volume teve uma retração de 9,3% na comparação com o quarto trimestre.

As vendas de gasolina foram de 402 mil barris/dia, alta de 17,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O total representa queda de 13,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Segundo a Petrobras, o volume foi o maior para um primeiro trimestre em cinco anos, com o ganho de participação da gasolina sobre o etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex.

Um combustível que teve forte queda no trimestre foi o gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. As vendas de 19 mil barris/dia no primeiro trimestre representaram redução de 11,9% na comparação anual. Por outro lado, o querosene de aviação (QAV) teve recuperação, com 97 mil barris/dia, aumento de 33,4% na comparação anual. O crescimento se deve à recuperação do mercado frente ao período mais crítico da pandemia no setor aéreo.

O fator de utilização total das refinarias da Petrobras no primeiro trimestre de 2022 foi de 87%, aumento de 5 pontos percentuais em relação ao fator de 82% registrado em igual período no ano passado. O indicador considera o volume de carga de petróleo efetivamente processado e a capacidade máxima das refinarias. De acordo com a estatal, houve menos paradas programadas de unidades relevantes em relação ao ano passado.

Os dados constam do relatório de produção e vendas da Petrobras, divulgado ontem. Ao todo, a produção de petróleo e líquidos de gás natural (LGN) da companhia no Brasil de janeiro a março foi de 2,2 milhões de barris/dia, crescimento de 1,6% na comparação anual. O volume representa aumento de 3,7% em relação ao quarto trimestre de 2021. Já a produção de gás natural foi de 526 mil boe/dia, alta de 0,6%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve aumento de 2,5%.

De acordo com a companhia, o pré-sal foi responsável por 2,03 milhões de boe/dia da produção total da empresa nos três primeiros meses do ano, fatia de 72%, recorde trimestral. A estatal atribuiu o aumento da produção no país à continuidade do crescimento da extração no pré-sal da Bacia de Santos, à menor perda de produção por paradas para manutenção e à entrada de novos poços no pós-sal na Bacia de Campos.

As exportações de petróleo no primeiro trimestre ficaram em 543 mil barris/dia, aumento de 6,3% na comparação anual. De acordo com a estatal, o petróleo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, é a principal corrente da cesta de exportação. A petroleira informou ainda que o navio-plataforma (FPSO) Guanabara, no campo de Mero, antiga área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, tem início da produção previsto para maio.


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