A produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais, na safra 2022/23, será de aproximadamente 68 milhões de toneladas, volume que supera em 6% o registrado na safra passada, que foi impactada de forma negativa pelo clima e somou 64 milhões de toneladas.
Os números foram divulgados, na última sexta-feira (29/04), durante a cerimônia de Abertura da Safra Mineira de Cana-de-açúcar 2022/23 – Transformando o futuro através da nossa energia. O evento aconteceu na Fazenda Santa Vitória, na Usina CMAA (Unidade Vale do Tijuco), em Uberaba.
Em Minas, no mesmo período, a produção de etanol total será de 2,95 bilhões de litros, aumento de 5%. Entre os biocombustíveis, a maior produção será do etanol hidratado, 1,7 bilhão de litros, o que representa uma alta de 10% sobre a safra passada. A produção de etanol anidro ficará 2% inferior, somando 1,2 bilhão de litros.
No ano, é esperada uma produção de 4,3 milhões de toneladas de açúcar, aumento de 5%.
O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), Mário Campos, explica que na safra atual haverá uma recuperação de 4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar frente à safra anterior, que foi bem menor pela seca registrada no Estado.
“O ano passado foi muito difícil para o setor, que enfrentou a maior seca do Estado. Após uma safra recorde de 70 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2020, moemos apenas 64 milhões em 2021. Agora, o setor inicia a safra com a projeção de 68 milhões de toneladas de cana, uma recuperação de 4 milhões de toneladas”, disse Campos.
Em relação à produção, Campos explicou que este ano haverá uma recuperação do volume de etanol hidratado. Com isso, a tendência é de maior oferta do produto no mercado e preços mais competitivos que os da gasolina.
“A safra está atrasada, mas, em maio, irá engrenar e vamos ter uma oferta maior do etanol hidratado no mercado. Com isso, esperamos que haja recuperação da competitividade frente à gasolina. Nos últimos seis dias, já registramos queda nos valores. Ainda há estoques a preços mais altos, mas a queda chegará ao consumidor em breve”.
Campos destacou ainda a importância do setor sucroenergético na produção de energia limpa. “Lançamos a safra com o tema ‘Transformando o futuro através da nossa energia’. Em nossos parques de bionergia, fabricamos produtos essenciais, que transformam vidas, geram empregos. O mundo está em franca transformação e a transição energética para baixo carbono está na agenda do mundo. O Brasil e Minas Gerais são ricos e têm opções. Precisamos valorizar isso. Minas tem como meta, até 2050, ter a neutralidade climática, um desafio enorme. Nosso setor contribui para isso. Somos sustentáveis, produzimos cana, biocombustíveis e energia limpa”, destacou.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que participou do evento, falou sobre a importância do setor agropecuário do Estado.
“O agronegócio em Minas Gerais tem sido o setor que mais cresce, gerando empregos, e tem tido todo o apoio do nosso governo. Estamos, hoje, junto a um setor que lida com grandes empresas, mas é importante lembrar que Minas tem mais de 600 mil propriedades rurais e a maioria é de micro e pequenas empresas. E nosso apoio é a todos”, afirmou.
Após dois anos de interrupção dos eventos presenciais por conta da covid-19, a Abertura de Safra Mineira de Cana-de-açúcar 2022/2023, realizada pela CMMA e SIAMIG, teve como objetivo mostrar como a bioenergia move o país, impulsionando a economia com sustentabilidade.
O evento também reuniu cerca 700 pessoas entre empresários e executivos de usinas, produtores e fornecedores de cana, prefeitos e prefeitas da região, deputados federais e estaduais que apresentaram análises inovadoras para a atual safra de cana.
CMAA
Terceiro maior grupo do setor sucroenergético de Minas Gerais, a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), que sediou o evento de abertura da safra mineira, inicia a safra 2022/2023 com uma projeção de moagem em torno de 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O volume resultará em uma produção de 630 mil toneladas de açúcar, 330 milhões de litros de etanol e quase 400 mil MW/h de energia.
A produção desta safra deve gerar uma receita líquida superior a R$ 2 bilhões e ser responsável por mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.
O Grupo CMAA apresenta crescimento médio de 20% ao ano, em relação à moagem. Atualmente, o grupo tem capacidade de processar 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e, no último ano, foram produzidos mais de 300 milhões de litros de etanol, quase 600 mil toneladas de açúcar VHP destinado à exportação e mais de 300 mil MW/h de energia elétrica.
GERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO SIAMIG E DIÁRIO DO COMÉRCIO