Ultrapar vai avaliar oportunidades relacionadas ao PIB do agronegócio, diz presidente

Ultrapar vai avaliar oportunidades relacionadas ao PIB do agronegócio, diz presidente

O presidente da Ultrapar, Marcos Lutz, disse hoje que a companhia vai avaliar “com carinho” elevar a exposição de seus negócios ao PIB do agronegócio, dado que o setor traz, incontestavelmente, oportunidades à economia brasileira em todas as regiões, assim como suas controladas já têm feito.

“Nos expor mais ao agronegócio é estratégia importante e temos feito isso. É redução de risco e aceleração de crescimento”, afirmou o executivo, durante o Ultra Day. Ativos do setor são bem-vistos no caso de eventuais futuras aquisições, mas não seriam o único alvo de interesse do grupo, ponderou.

Segundo Lutz, transição energética também é tema relevante, mas não será um processo rápido. “Serão muitos anos de caminhada. Nossos negócios vão se encaminhar para isso, mas não podemos atropelar o processo, porque é preciso caixa para financiar isso e ainda haverá um crescimento de consumo de produtos fósseis”, acrescentou.

Olhando para a frente, disse o executivo, a meta é ter um grupo “muito mais sofisticado” em termos de alocação de capital e, no longo prazo, preparado do ponto de vista de balanço e reputação, para esses movimentos.

Na Ultrapar, a estratégia é ser cada vez mais um gestor ativo de portfólio e a abertura de capital das empresas controladas é um caminho a considerar no futuro. “Não temos nenhum plano, mas não temos preconceito disso”, afirmou.

Sobre a linha do risco sacado, modalidade de financiamento que ganhou as manchetes neste ano por causa do escândalo das Americanas, Lutz disse que não se trata de um instrumento “ruim”. “O mais importante do ponto de vista do capital de giro é quanto menos se consegue usar de ativos na operação. [O risco sacado] não é ruim”, afirmou.

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, Rodrigo Pizzinatto, a tendência no grupo é de redução dessa linha até meados do primeiro semestre, mas ela não será extinta.

Durante o Ultra Day, Pizzinatto chamou a atenção para a forte redução do endividamento do grupo e para a emissão mais barata de CRAs do país, feita em julho, a 104% do CDI, que combinadas à recuperação na Ipiranga e melhora dos resultados de Ultragaz e Ultracargo, reduziram a alavancagem da holding.

De acordo com o executivo, o grupo também se dedicou a simplificar sua estrutura societária nos últimos meses, com reflexos em melhora da eficiência tributária e operacional e do ponto de vista de gestão. “Hoje temos três grupos de empresas societariamente separados, com demonstrações financeiras individualizadas dos negócios, o que prepara bastante o caminho para os próximos passos que a Ultrapar quer dar”, disse.


Valor Econômico